Cerca de 500 veículos roubados e levados irregularmente para a Bolívia começam hoje (27) a ser trazidos de volta ao Brasil, para que sejam devolvidos aos seus donos. Coordenada pelo Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, em conjunto com a Aduana boliviana, e executada pela Polícia Federal (PF) e pela polícia do país vizinho, a operação é apontada pela PF como a maior repatriação de veículos furtados da história do Brasil.
Segundo a Polícia Federal, ao menos 180 carros, motos e caminhões vão ser repatriados na primeira etapa da operação, iniciada pela manhã. Cerca de 50 policiais federais brasileiros estão neste momento na cidade de Puerto Quijaro, cidade do estado de Santa Cruz, na Bolívia, próxima a Corumbá, onde ocorre a cerimônia de devolução dos veículos. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o diretor-geral da PF, Leandro Daiello, acompanham a solenidade. Ainda não há previsão de quando a devolução dos cerca de 500 veículos será concluída.
Todos os veículos devolvidos vão ser vistoriados por agentes da Receita Federal. Após serem autorizados a ingressar no território brasileiro, serão levados para o pátio da Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (Defurv), em Campo Grande. De acordo com o Itamaraty, os custos com o transporte vão ser pagos por entidades privadas, como a Federação Nacional das Seguradoras (Fenseg).
Ainda segundo a PF, os proprietários dos carros, motos e caminhões vão ser notificados da repatriação, mas as autoridades brasileiras ainda estudam formas de divulgar também a relação dos veículos devolvidos. Segundo a Fenseg, os veículos segurados deverão ser entregues diretamente às seguradoras, uma vez que elas já indenizaram integralmente os proprietários.
Fruto do programa boliviano de regularização de veículos realizado a partir de 2011, a identificação de pelo menos 1,5 mil carros, motos e caminhões roubados em países vizinhos e levados ilegalmente a Bolívia permitiu que o governo local fizesse uma operação semelhante junto com o Chile. Cidadãos de outros países sul-americanos, como o Paraguai e o Peru, também deverão ser beneficiados pela medida.
Como a presidenta da Aduana Nacional da Bolívia (ANB), Marlene Ardaya, informou à Agência Boliviana de Informação (ABI) na semana passada, a diferença entre as ações desenvolvidas com os governos brasileiro e chileno é que o primeiro enviou seus próprios técnicos para observar o estado em que se encontram os veículos que serão devolvidos.