Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil está em segundo lugar no ranking mundial de novos casos de hanseníase, com quase 34 mil pacientes. Para não acrescentar números a essa estatística, em parceria com a câmara, Ministério da Saúde e Novartis, empresa do ramo da saúde, a Secretaria de Saúde de Lucas do Rio Verde também entrou nesta luta que visa eliminar a doença até o ano de 2015.
Percorrendo os municípios brasileiros há seis anos, a Carreta de Saúde, que conta com cinco consultórios e um laboratório para o diagnóstico da doença, chegou a Lucas. O município é o único em Mato Grosso a participar deste projeto, e desde a manhã dessa segunda-feira (24), está atendendo a população luverdense no bairro Téssele Júnior.
“A partir de um mapeamento feito na cidade, foi dado prioridade a bairros como o Téssele Júnior, por possuir um maior fluxo migratório, de outros estados. Oportunizando a essas pessoas um atendimento especializado”, disse o presidente da Câmara Municipal, Airton Callai.
Além das consultas e diagnósticos, as equipes que terão à frente aqui no município, a médica Maria Cristina Coelho e a supervisora de vigilância em saúde, Barbara Marconi, caso detectem algum caso, já prescreverão e distribuirão os medicamentos necessários, com toda cautela, uma vez que, no ano de 2013, somaram-se 26 diagnósticos, e desde o início deste ano, outros quatro.
“Os exames estão acontecendo de maneira espontânea. As pessoas não só do bairro em que a Carreta está, mas também dos adjacentes, estão nos procurando, seja porque acham que tem alguma mancha ou qualquer outro sintoma ou porque tiveram ou têm contato com alguém que foi diagnosticado a hanseníase”, reiterou Marconi.
Hoje será a vez do bairro Parque das Américas e na quarta-feira (27), o Rio Verde. A carreta estará estacionada nas ruas dos PSFs, das 7h às 11h e das 13h às 17h. A expectativa é de que nesses três dias, sejam atendidas cerca de 1.300 pessoas.
Doença – a hanseníase é uma doença infecciosa, causada pelo Mycobacterium leprae, microrganismo que atinge principalmente a pele e os nervos das extremidades do corpo. A infecção pode ser pelo solo, por percevejos, mosquitos ou até mesmo pelo espirro ou tosse de um indivíduo infectado e não tratado. Os sintomas são sensação de formigamento, fisgadas ou dormência nas extremidades, manchas brancas ou avermelhadas, geralmente com perda da sensibilidade ao calor, frio e ao toque, além da diminuição da força muscular. O tratamento é feito por meio de antibióticos com duração de seis meses a um ano.
Alerta – os especialistas alertam para o cuidado com a hanseníase, pois o número de pessoas com a doença pode ser ainda maior que o registrado, já que os sintomas demoram a aparecer, retardando o diagnóstico, o que facilita a proliferação da doença.