Caminhoneiros e representantes do setor de transportes de cargas que realizaram bloqueios por 13 dias em vários pontos de rodovias federais e estaduais de Mato Grosso entregaram, hoje, um documento com uma extensa pauta de reivindicações ao ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Miguel Rosseto. As exigências passarão a ser analisadas pela equipe do governo federal e o setor aguarda uma resposta até o dia 10 deste mês, quando foi acordado uma trégua nos fechamentos das rodovias.
Um dos líderes do movimento no Estado disse que este documento é apenas parte das reivindicações, as demais serão apresentadas a partir do dia 10 quando haverá a primeira reunião para formatar a tabela sobre o frete.
O documento entregue hoje tem sete itens e o primeiro deles é a redução do percentual do último aumento do PIS Cofins sobre o óleo diesel; que o governo defina a opção por uma tabela mínima de frete nas discussões que serão realizadas no dia 10 de março sob a coordenação do Ministério dos Transportes, para o prazo de 45 dias a partir do início da negociação para implementá-la; também o perdão de multas, notificações e processos judiciais aplicadas durante a paralisação dos transportadores e lideranças do movimento.
A abertura de linha de crédito especial para o Transportador Autônomo de Cargas (TAC) no limite de R$ 50 mil com carência de três meses, 24 meses para pagar, com juros de 2,5% ao ano; reserva de mercado de 40% em produtos transportados no país, que sejam lotes de propriedade do governo, através de seus estoque reguladores ou que tenham financiamento público para serem transportados por autônomos, através de suas cooperativas.
Carência de 12 meses para pagamento das parcelas de financiamento para cada conjunto (caminhões, carretas e semirreboques), até o limite máximo de três conjuntos dos contratos em vigor, independente da modalidade contratada (pró-caminhoneiro, Finame e outros) dos Transportadores Autônomos de Cargas (TAC) e Empresas de Transportes de Cargas (ETC), observados os prazos dos contratos originais e sem juros; e fórum permanente de debates para discutir as demandas apresentadas e oriundas da paralisação nacional.
Por parte do governo do Estado, os manifestantes já conseguiram que a Secretaria de Estado de Fazenda analise a possível redução de 17% para 12% a alíquota do ICMS sobre o diesel e também a instituição de uma tabela mínima para o frete. O governador Pedro Taques também conseguiu que a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (ABIOVE) reveja o preço pago pelo frete e aumente os valores.
A BR-163/364 chegou a ter oito pontos de interdição em Rondonópolis, Cuiabá, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Diamantino, Sorriso e Sinop. A manifestação causou desabastecimento de combustíveis, gás de cozinha e outros produtos em várias cidades do Nortão, principalmente.