Os caminhoneiros estão bloqueando, neste momento, a BR-163 – a principal rodovia que liga o Nortão a Cuiabá e ao Mato Grosso do Sul. Em Lucas do Rio Verde, o manifesto começou por volta de 00:30h. Não passam caminhões e carretas, inclusive os que levam cargas vivas. "Os caminhões não vão ficar na pista porque a polícia está multando. Eles devem retornar aos postos de combustiveis ou às suas cidades", explicou, ao Só Notícias, o caminhoneiro e empresário no setor Junior Boscoli, de Lucas do Rio Verde.
Em Sorriso, o bloqueio é na 'saída' para Lucas. Em Mutum, Rondonópolis o bloqueio começou por volta das 6:30h. Em Cuiabá a adesão começou por volta das 8:30h. Em Sinop, organizadores haviam informado que bloqueio estava sendo feito mas a Polícia Rodoviária Federal não confirmou.
Em alguns trechos foram colocados cones e pneus na rodovia. Motoristas ficam fazendo controle e liberando a passagem de carros, ônibus e motos. O protesto é por tempo indeterminado e há previsão de mais adesões de caminhoneiros em Tangará da Serra, Guarantã do Norte, Matupá, Alta Floresta e Tapurah, segundo a coordenação do manifesto.
"O governo federal diz que deu muito para caminhoneiros mas a única coisa foi a regulamentação da lei dos caminhoneiros. A prorrogação do financiamento está parada no Senado. E a tabela de preços do frete não saiu. O governo só levou de barriga ( a questão da tabela) e agora estão dando a resposta. Agora, vai ter que atender a pauta ou não vamos sair de forma alguma", declarou Boscoli, ao Só Notícias.
"Estamos trabalhando abaixo do custo em mais de 25%. Um frete que no período forte de safra deveria ser pago, pelas empresas R$ 100/tonelada, elas querem pagar R$ 78. E o governo federal não estabelecer critérios para que tenhamos uma tabela que pague a conta e nos dê uma margem ao menos pequena de lucro. Para tudo tem tabela, taxista, pro produto agrícola menos para o setor transporte. Existe tabela estadual mas não está sendo praticada", acrescentou.
O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Sorriso, Vilson Rodrigues, disse que não há grandes filas nas rodovias porque "é uma greve anunciada. Os caminhoneiros sabiam que isso poderia acontecer e milhares estão parados em casa, nos postos. Nós havíamos feito mobilização para que fosse dessa forma e o que vai ocorrer, a curto prazo, é desabastecimento por falta de caminhões para transportar os produtos", afirmou, ao Só Notícias.
Os caminhoneiros tiveram reunião decisiva, ontem à tarde, em Brasília, na Agência Nacional de Transporte Terrestre, e o governo alegou que seria inconstitucional criar a tabela com valores mínimos, após praticamente dois meses de negociações com representantes da categoria em diversos Estados. Eles haviam, no início de abril, alertado que poderiam retomar os bloqueios hoje caso o governo não atendesse o principal pedido que seria criar a tabela. Os profissionais sairam revoltados da reunião em Brasília e começaram a mobilizar os colegas nos Estados para voltar a bloquear as rodovias federais e pressionar o governo Dilma, assim como ocorreu em fevereiro, quando houve manifestos por mais de uma semana e causou desabastecimento de combustível, gás em várias regiões, dentre eles a Norte de Mato Grosso, e atrasou a chegada de centenas de produtos – gêneros alimentícos, materiais de construção, carros, peças, produtos agrícolas, dentre outros.
No Paraná (região de Medianeira e Marialva), Santa Catarina (São Miguel do Oeste) e Rio Grande do Sul (Ijuí) há bloqueios em várias rodovias federais.
Em instantes, mais detalhes
(Atualizada às 10:02hs – fotos: Rafael Sousa)