Em setembro, foram registrados 32.602 focos de calor no estados do Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima e parte dos estados do Mato Grosso, Tocantins e Maranhão, que formam a Amazônia Legal. O número foi 16% menor do que o verificado em agosto, 39.177 focos de calor. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA), o período é que assiste o maior número de queimadas. “Historicamente, 95% dos incêndios que ocorrem em todo o país se concentram no segundo semestre de cada ano, principalmente entre agosto e outubro. O pico ocorre geralmente em setembro”, detalha nota publicada na última quinta-feira (3) pelo MMA.
O ministério atribui a queda à “presença de mais de mil brigadistas do Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Prevfogo)”. Além dos brigadistas, o governo federal mobilizou o Exército para combater o fogo na Amazônia e liberou R$ 38 milhões para ações de controle dos incêndios. O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto proibindo queimadas na região por 60 dias.
Na nota, o MMA informa que “o Ibama manterá 1.550 brigadistas contratados pelo menos até o fim de outubro para garantir a tendência de redução dos focos de incêndio e garantir a proteção de áreas federais prioritárias, principalmente terras indígenas e quilombolas”.
Segundo balanço publicado pelo Ministério da Defesa, que coordena a Operação Verde Brasil, 1,7 mil focos de incêndios foram combatidos nos últimos 40 dias, 73 pessoas foram detidas e 237 termos de infração lavrados, que totalizam R$ 55 milhões em multas a serem arrecadadas.
A operação teve início em 24 de agosto. Desde então, os militares embargaram mais de 12 mil hectares, destruíram 18 acampamentos ilegais, apreenderam 143 veículos e mais de 24 mil litros de combustível que serve para combustão e para abastecer equipamentos usados no desmatamento, como escavadeiras, motosserras e motobombas.
Os focos de calor são monitorados pelo Inpe por meio de um conjunto de imagens fornecidas por quase uma dezena de satélites geoestacionários. As imagens servem ao Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), que apoia à fiscalização e controle do desmatamento e degradação na Amazônia.
A consolidação anual dos dados e a confirmação de que os focos de calor resultaram em desmatamento só ocorre por meio Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por Satélite (Prodes).
Além desses dois sistemas, o Inpe conta com o TerraClass, realizado a cada dois anos em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Esse sistema permite a identificação do uso e cobertura das áreas apontadas como desmatadas pelo Prodes.