O chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), brigadeiro Jorge Kersul Filho, criticou hoje , as denúncias de que funcionários da aeronáutica poderia ter pego documentos e pertences pessoais de vítimas do acidente com o avião da Gol, em setembro passado, em uma reserva indígena a 200 km de Peixoto de Azevedo, no Norte de Mato Grosso. “Eu orientei aos familiares todas as vezes: se acham que tem alguma coisa errada procurem o caminho da Justiça”, afirmou.
O brigadeiro participou hoje de audiência publica na comissão Parlamentar de Inquérito do Apagão Aéreo no Senado. Ele também criticou a exibição de um vídeo pelos parentes, que foi transmitido pelo portal YouTube. “Hoje, foram aqui divulgadas imagens que não foram oficiais. As pessoas que as fizeram devem responder, os familiares têm todo o direito de ir atrás”, disse. E acrescentou que “se alguém cometeu um deslize, que responda, que seja levado à Justiça e responda”. “Mas não maculem a imagem de centenas de pessoas que trabalharam lá com bastante dedicação”, disse.
Ele também apresentou um vídeo da Aeronáutica sobre o resgate das vítimas que mostra como os copos foram regatados. Depois do vídeo um oficial da aeronáutica leu uma carta escrita por Kersul elogiando todas as pessoas que participaram do resgate.
Muito emocionado, o brigadeiro deixou a sala da comissão. Logo depois, voltou para continuar a audiência pública. Uma das parentes de vítima do acidente com o avião da Gol, Neusa Machado, disse não concordar com as denúncias de que funcionários da Aeronáutica poderiam estar envolvidos com o desaparecimento de bens de parentes das vítimas. “Como vou reclamar um aliança do meu marido que desapareceu naquela selva, se graças à Deus eles trouxeram meu marido de volta, e pude fazer um enterro digno. Não vou reclamar outras coisas”, disse.
A presidente da Associação dos Familiares das Vítimas do Vôo 1907, Angelita Marchi, que também participa da audiência, disse que nunca acusou a Aeronáutica, mas pediu que as denúncias fossem apuradas. “A Aeronáutica era o responsável pela área, por fazer a coleta dos corpos e dos pertences. Não estamos acusando ninguém, queremos apuração”, explicou.