Cerca de 80% dos funcionários de empresas no Brasil admitem navegar na internet para fins pessoais durante o horário de trabalho, segundo pesquisa da empresa de software de segurança Websense divulgada nesta terça (19). De acordo com os próprios usuários, o período médio de navegação pessoal é de 4,7 horas por semana, contra a média de 2,1 horas no ano passado.
Já os gerentes de tecnologia da informação (TI) consultados para o relatório Web@Work de 2006 acreditam que o tempo semanal gasto indevidamente na web por cada funcionário é de 5,3 horas, uma perda de pouco mais de uma hora de trabalho por dia. Um dos objetivos do estudo é justamente registrar estas diferenças: como os funcionários usam o computador e como os especialistas em TI pensam que eles utilizam. Nesse caso, os dois basicamente concordam.
A pesquisa constatou que as pessoas visitam sites pornográficos durante o trabalho: 12% dos entrevistados admitiu ter entrado, de maneira voluntária ou involuntária, neles. Mas quem lidera o interesse dos brasileiros para navegação pessoal no horário de expediente são as páginas de notícia (74%). Em seguida aparecem endereços de bancos e investimentos (56%), serviços de e-mail pessoal (32%) e sites de comércio eletrônico (30%). Para navegar por eles, 64% dos entrevistados abririam mão do intervalo para o café.
“As pessoas passam muito tempo no trabalho e podem ficar insatisfeitas se forem totalmente proibidas de navegar para fins pessoais. Por isso, é importante estabelecer um equilíbrio, para que a empresa não seja prejudicada com o uso indevido da internet”, afirmou Adauto de Mello Jr., diretor comercial para América Latina da Websense.
Segundo o especialista, o controle é importante para que a navegação não prejudique a produtividade dos funcionários ou a segurança dos sistemas corporativos, além de evitar possíveis problemas legais em razão do download indevido de conteúdo protegido por direitos autorais.
O estudo da Websense entrevistou 400 brasileiros, sendo 200 funcionários de diversas áreas e 200 gerentes de TI. Todos trabalham em companhias com mais de 250 empregados. As entrevistas foram feitas entre 20 de julho e 1º de agosto de 2006, por telefone.