sexta-feira, 13/dezembro/2024
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Bloqueio de cargas em Lucas R. Verde sem previsão de terminar

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Prossegue o segundo dia de bloqueio geral de cargas na BR-163, em Lucas do Rio Verde, sem previsão de término. A rodovia deve continuar interditada para caminhões com grãos, gêneros alimentícios, verduras, combustíveis, ‘cargas vivas’ dentre outras. O tráfego está impedido há mais de 33horas e continuar hoje à noite. Carros e ônibus passam. O bloqueio, que está sendo feito por agricultores e caminhoneiros, começou ontem de manhã. Só passam automóveis, ônibus e ambulâncias.

Desde a semana passada, bloqueios parciais estavam sendo realizados, com intervalos de três horas e no período noturno. A decisão da interrupção por tempo integral foi tomada ontem e pode ser intensificado a partir de hoje. Daqui a pouco, por volta das 18 horas, prefeitos da região e representantes do movimento, vão se reunir com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, mas as expectativas não são muito boas.

Os produtores esperam alguma resposta do Governo Federal para a atual crise que o setor enfrenta, com os preços defasados, alta no combustível e agricultores endividados. No próximo dia 16 também está marcada uma reunião entre governadores de vários Estados, inclusive Mato Grosso, com o presidente Lula, e o segundo tratoraço, que deve reunir agricultores de todo o país em Brasília.

Em outros Estados, como Mato Grosso do Sul, Paraná, Goiás, São Paulo, entre outros, produtores também bloqueiam rodovias e outros órgãos, em protesto contra o Governo Federal. Em Sorriso e Sinop o bloqueio é somente para cargas de grãos e produtos agrícolas.

Agora há pouco, a comissão de mobilização do manifesto dos produtores, em Lucas, divulgou comunicado, visando esclarecer os objetivos do protesto. Eis a íntegra da nota encaminhada ao Só Notícias pelo presidente do Sindicato Rural de Lucas, Helmute Lawisch:

“O Movimento -“O grito do Ipiranga”- nasceu pela revolta dos produtores de Ipiranga do Norte – Município de pequenos produtores assentados que decidiram trancar os armazéns que guardam a sua produção: soja, arroz e milho a mais de 20 dias. Em solidariedade a estes produtores e entendendo a necessidade de reagir diante do descaso governamental a atual situação que se encontra o Agronegócio Matogrossense vários produtores aderiram ao movimento em nosso estado(MT) e outros estados produtores: GO, TO, BA, MS, PR,SC e RS. Hoje o Movimento apelou para ações mais radicais bloqueando a passagem de produtos (caminhões carregados) em diversas BRs do nosso estado com um sentimento muito Claro que com o apoio dos transportadores que também reivindicam uma pauta semelhante a nossa- o Movimento caminha para o desabastecimento dos grandes centros. A Opinião pública precisa saber que a Crise ora instalada é uma Crise ununciada a mais de 15 meses. Outras respostas também precisam ser respondidas:

1- Por que o Mato Grosso era a 02 anos atrás o Oásis da Produção Nacional e hoje clama por ajuda Governamental?
Porque os produtres matogrossenses endividaram-se e hoje não conseguem honrar seus compromissos. Porém este endividamento têm causas claras que a sociedade brasileira precisa saber!!!

a) Aumento ou Expansão da Atividade Agrícola em nosso estado. Nos últimos 10 anos o Mato Grosso triplicou a sua produção. Isto não ocorreu num passo de Mágica. Foi preciso incorporar novas áreas no processo produtivo, foi preciso investir em Máquinas e Equipamentos Modernos para isto o produtor fez investimentos baseados em Programas de Créditos Oficiais – Moderfrota e Moderinfra por exemplo- baseado nos preços práticados na época- Soja a R$ 30,00. Porém a sociedade brasileira ganhou com o incremento da nossa produção. O Brasil passou de 80 para mais de 120 milhões de toneladas de grãos no mesmo período. Gerando Superávits na Balança Comercial, Empregos nas indústrias do Centro- Sul do Brasil e ainda milhões de Impostos. Ocorre que agora chegou a hora de pagar e o preço de remuneração ao produtor está no caso da soja R$ 15,00 po saco – 50 % do que se planejou.

b) Aumento do Custo de Produção. Nós plantamos soja no Mato Grosso a mais de 20 anos e sempre o Custo ficou entre 200 a 300 dólares por hactare plantado. Hoje nosso custo extrapola a casa dos 450 dólares. Aumentos nos fertilizantes, Óleo Diesel, Fungicidas e transporte.Nós precisamos Globalizar os nossos Custo de produção!!! Não é possível concorrer neste Mercado Globalizado com nossos custos extratosféricos. Basta!!! Diminuição da Carga Tributária Já!!! Seja Estadual ou Federal.

c) Defasagem Cambial ou Descompasso no Câmbio. Em duas safras consecutivas o produtor investiu com dólar alto e perdeu na venda com dólar mais baixo. O que é isto? Na safra 2004/05 no momento do plantio o Dólar estava na casa de R$ 3,00 e no momento da venda (que é a remuneração) da mesma safra o dólar baixou para R$ 2,40. Nesta safra hora colhida -2005/06 plantamos com um dólar a R$2,40 e estamos vendendo agora com o dólar de R$ 2,08 . Isto é o Caus para a nossa atividade assim como também o é para toda a produção que se destina a Exportação. Basta olhar para os Calçadista do Sul do Brasil.

d) Diminuição de produtividade. Nos últimos 3 anos os produtores Matogrossenses tiveram problemas . Em 2004 nossa região (BR 163)sofreu com o excesso de chuvas; em 2005 os produtores do Sul do estado sofreram com seca – estiagem e em 2006 todo o Mato Grosso produziu menos por culpa da Ferrugem Aziática que dizimou entre 10 a 15 % da nossa produção dependendo do região. Consequentemente não havendo Seguro Rural o prejuízo recai sobre o produtor mais uma vez.

e) Falta de Infra-estrutura. Nós devemos as instituições bancárias e mais ainda aos Credores Privados. Porém o Governo Brasileiro de longa data nos deve Infra-estrutura. Faz mais de 20. Passa ano passam governos e nós não somos atendidos. Só promessa. A nossa logística de escoamento da nossa produção é Burra e inconsequente. O governo arrecada e não faz o Mínimo necessário de infra-estrutura seja rodoviária, ferroviária ou naval para acompanhar o crescimento da produção do nosso estado e do Brasil. Cadê a CIDE??? Cadê as Melhorias nos Portos??? Cadê a Ferronorte, BR 163 , 364 , 158 ??? O que nós queremos é fazer um encontro de Contas com o Governo Federal!! Pagamos o que devemos porém o Governo nos Paga a Falta de infra-estrutura adequada para o escoamento da nossa produção. Cansamos de esperar!!!

Outro ponto fundamental que a sociedade deve saber é que o Perfil da nossa dívida ora contraída é diferente de 11 anos atrás onde devíamos 90% aos bancos oficiais e hoje a dívida dos produtores Matogrossenses é 65% para credores Privados e somente 35% para bancos oficiais. Precisamos então resolver este novo cenário com muita inteligência.

Sobre os anúncios Oficiais a Sociedade precisa Saber que quando estivemos em Brasilia no Movimento “Tratoraço” nos foi prometido 3 bilhões para sanar nossos problemas com os credores privados e isto não ocorreu. Este recurso não chegou aos produtores por problemas Burocráticos. Hoje o Governo anuncia que vai liberar outro 14 bilhões para a classe produtora brasileira; 5 bilhões deste montante é para EGFs – Empréstimos do Governo Federal para nós produtores carregar nossa produção e vender em 180 dias, cobrando juros no período.
O que nós queremos é AGF- Aquisição do Governo. Que está na Lei No Programa de Garantia de Preços Mínimos.

Não somos especilalistas em Movimentos. Sabemos é produzir. Porém não temos o reconhecimento do governo que nos chama de caloteiros. Porém queremos da sociedade ao menos compreensão senão o Respeito”.

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