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Bispos devem evitar que católicos mudem de religião, diz papa

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O papa Bento XVI chamou a atenção dos bispos brasileiros para que se esforcem mais para conter a migração de católicos para outras religiões. Segundo ele, a falta de evangelização faz com que, mesmo batizadas, as pessoas fiquem vulneráveis ao “proselitismo agressivo das seitas”. O papa se reuniu há pouco com os bispos do Brasil na Catedral da Sé, em São Paulo, antes de viajar para a cidade de Aparecida, no interior paulista, onde irá participar da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe.

Bento XVI afirmou que é preciso encaminhar a atividade apostólica no Brasil como uma verdadeira missão, promovendo uma evangelização “metódica e capilar”. Para ele, não se deve poupar esforços na busca de católicos afastados e daqueles que pouco ou nada conhecem da vida de Jesus Cristo. “Com a multiplicação de novas denominações cristãs e, sobretudo diante de certas formas de proselitismo, freqüentemente agressivo, o empenho ecumênico torna-se uma tarefa complexa”, afirmou. Prosélito é o indivíduo que abraça religião diferente da sua.

O papa disse que a Igreja enfrenta dificuldades como o ataque ao matrimônio e à família e o alastramento da “ferida” do divórcio e das uniões livres. Bento XVI também afirmou que crimes contra a vida são praticados em nome dos direitos da liberdade individual e que pressões negativas são feitas sobre os processos legislativos. O aborto é tema de ampla discussão no Brasil atualmente, lançada publicamente pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão.

A importância do celibato entre os sacerdotes também foi reforçada pelo papa, que pediu que os bispos façam um acompanhamento espiritual assíduo junto aos jovens padres, para evitar o risco de “desvios no campo da sexualidade”. Bento XVI criticou o envolvimento de sacerdotes com questões ideológicas, políticas e partidárias, afirmando que isso faz com que a consagração a Deus perca seu significado.

Os problemas sociais do Brasil também foram lembrados pelo papa, para os quais, segundo ele, devem ser buscadas soluções novas e cheias de espírito cristão. Ele destacou que os políticos e empresários brasileiros devem prever as conseqüências sociais das suas decisões, agindo pelo bem comum e não por ganâncias pessoais. Bento XVI destacou que onde não existe fé, falta o essencial para a solução dos problemas sociais e políticos.

Para o sumo pontífice, os padres devem ajudar os pobres, no socorro de suas necessidades, defesa de seus direitos e promoção de uma sociedade fundamentada na justiça e na paz. “O povo pobre das periferias urbanas ou do campo precisa sentir a proximidade da Igreja”, disse o papa.

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