O bispo emérito de Sinop, Dom Gentil Delazari, foi sepultado, há pouco, na Catedral Sagrado Coração de Jesus, sob forte emoção. O líder religioso, de 82 anos, faleceu ontem à noite, na UTI de um hospital, em decorrências de complicações pulmonares. A missa de exéquias foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Caniso Klaus, e co-celebrada pelo bispo de Diamantino, Vital Chitolina e dezenas de sacerdote de diversas cidades.
Na homilia, Dom Canisio agradeceu a Deus pela vida e o sacerdócio de Dom Gentil reconhecendo a exemplar missão evangelizadora desenvolvida em todos os municípios da Diocese Sagrado Coração de Jesus, “visitando todas as comunidades, paróquias, campos de evangelização até os longínquos espaços da missão indígena”, “construindo uma Igreja Viva, povo de Deus”. “A inspiração que sempre o manteve alegre, serviçal, muito disposto e porque não dizer gentil, que faz jus ao seu próprio nome. Com muita gentileza, atendeu essa rebanho do Senhor que lhe foi confiado e sempre imbuído de espírito alegre”, manifestou, destacando também o apoio que recebeu da “família missionária”, desde a ordenação sacerdotal, em 1968, quando os pais João e Maria o apresentaram “à igreja e a igreja ele pertence”.
Dom Canisio também enalteceu que Dom Gentil, enquanto reitor em dois seminários, foi um “grande formador de novos padres, religiosos, lideranças cristãs. Eu mesmo sou testemunha desse grande formador pois ele foi meu formador e diretor espiritual no seminário menor” em Vaiamão (RS). “Foi uma vida doada e dedicada à igreja. E agora que ele está chegando a essa coroação de sua vida, podendo ver Deus face a face, assim como ele é, e participar da companhia de todos os Santos, trilhando o caminho da santidade, presente nas bem-aventuranças. Foi uma constante na vida dele. Ele deixa um legado muito bom para nós de toda sua vida mas, sobretudo, nessa hora de despedida, do adeus, do envio. Claro, com dor, sofrimento, mas no fundo com coração transbordante também de gratidão e louvor a Deus porque a alma dos justos está nas mãos de Deus”.
Ex-presidente da CNBB Regional Oeste, Dom Gentil foi o segundo bispo diocesano de Sinop, sucedendo Dom Henrique. Ele foi ordenado bispo em março de 1994 em Lageado (RS) e assumiu a diocese Sagrado Coração de Jesus em janeiro de 1995. Seu episcopado ficou marcado pela realização de um grande sonho, a construção da Catedral de Sinop, inaugurada em 2007. Foram 54 anos de vida religiosa desde sua ordenação como padre ocorreu em julho de 1968 em Relvado (RS).
O bispo de Diamantino, Dom Vital Chitolina, em nome do Regional Oeste, da CNBB (Conferência Nacional do Bispos do Brasil) em Mato Grosso. “Este homem entre os bispos plantou sementes de unidade e de esperança. Onde Dom Gentil estava tinha a gentileza de sua presença. Sempre muito alegre”. “Plantou a semente da unidade entre os bispos, plantou a semente da esperança com as crianças e jovens para fazer o santo Crisma”. “Nós bispos testemunhamos seu vigor e sua esperança na implantação da Faculdade Católica para mudar, talvez, no coração dos jovens mato-grossenses uma forma de chegar mais longe”, “de ter novas esperanças a partir de educação de qualidade”.
O prefeito Roberto Dorner manifestou profundo pesar, em nome da população, agradeceu todo o trabalho de Dom Gentil e também registrou sua dedicação pela construção da Catedral Sagrado Coração de Jesus e por sua grande dedicação na evangelização e pela paz.
O corpo do bispo emérito foi levado por sacerdotes até a cripta e sepultado, sob aplausos e forte comoção, ao lado de Dom Henique Froelich.
Conforme Só Notícias já informou, o governador Mauro Mendes manifestou pesar, as prefeituras de Sinop e Sorriso decretaram luto oficial e a presidência da CNBB enviou “fraterna saudação e asseguramos as nossas orações pelo descanso eterno deste bispo que dedicou 28 anos ao episcopado brasileiro”.