Com muita fé e movendo o que pode para salvar quem ama, a biomédica em Sinop, Raíssa Sôffa, criou uma vakinha virtual para ajudar no tratamento do pai, Edivam Sôffa, conhecido como ‘Bode’, de 57 anos, que contraiu Covid em maio, e teve diversas complicações. Atualmente, ele está internado em São Paulo, em um hospital particular, e o custo da diária, devido a um pulmão artificial (ECMO) que está usando, gira em torno de R$ 50 mil.
Edivam é morador de Tabaporã (187 quilômetros de Sinop) e atua como comerciante. Assim que suspeitou ter contraído a doença, mesmo sem sintomas, já passou a tomar remédios. Agora, com um quadro grave, com cerca de 75% do pulmão comprometido, a família busca forças e esperanças em Deus. “Estamos rezando muito, com muita fé, muito confiantes. Toda ajuda é bem vinda, estamos nos mobilizando, pedindo ajuda porque a união faz a força. Temos fé que nosso pai vai melhorar e vai voltar para casa”, disse Raíssa, ao Só Notícias.
Alguns dias depois de suspeitar da contaminação, Edivam foi a Sinop fazer o teste e apresentou resultado positivo. “Continuou tomando o medicamento. Aí ele foi ao médico, e disseram que precisava fazer alguns exames de sangue e tomografia. Fizemos, e quando saiu o laudo, estava com 25% de comprometimento. Os exames de sangue também deram algumas alterações que nos assustaram”, contou.
Com isso, um novo tratamento foi iniciado, com antibióticos, soro e até fisioterapia, que ainda assim não impediram o início da falta de ar, e baixa na saturação. Assim, foi internado em um hospital de Sinop. “Fizeram novos exames e a médica disse que ele devia ficar até regularizar essa saturação. Ele ficou quase dez dias na máscara de oxigênio, porém estava evoluindo. Entrou com cinco litros de oxigênio e já estava em dois, e saturando bem”.
Apesar dos sinais positivos e confiantes, Edivam passou a sentir fortes febres. Diante disso, foi feita nova tomografia e constatou uma embolia pulmonar, com um microcoágulo. Desta vez, o tratamento passou a ser feito com doses altas de anticoagulante. “No outro dia, após feito esse exame, ele teve uma piora muito rápida. A saturação caiu, não conseguia respirar, começou ficar nervoso e eles precisaram levar ele com urgência para UTI. Dessa forma precisou ser intubado e trombolisado para a diluição da embolia pulmonar”, detalhou Raíssa.
Dias após, Edivam deu novos sinais de melhora e seria extubado, porém, a equipe médica descobriu uma pneumonia bacteriana, e assim ele permaneceu mais de 10 dias em UTI. Com as oscilações repentinas no quadro, a filha decidiu colocar o nome do pai em uma fila de espera para internação no hospital de SP. “Recebi ligação de um médico de São Paulo que havia saído uma vaga para meu pai. Quando ele falou isso, senti que era Deus chamando, que meu pai precisava sair daqui para melhorar. Me falaram que uma equipe viria busca-lo e que o salvariam”.
Antes mesmo de ser transferido, a equipe médica paulista constatou a necessidade de um pulmão artificial, que não é encontrado em Sinop, nem na região. O ECMO, cujo a diária custa R$ 32 mil, foi instalado e assim ele foi levado até o novo hospital, onde segue internado. Além do ECMO, a família ainda têm gastos com UTI, exames, medicamentos, dentre outros, que fazem a despesa diária chegar a cerca de R$ 50 mil.
“É muito dinheiro, sei que vamos ter que vender tudo que temos, mas a gente quer salvar nosso pai, e essa era a única chance que tinha. Estamos fazendo vakinha, pedindo ajuda dos amigos, movendo o que precisarmos para pagar com esses custos do hospital”, completou a biomédica.