O avião modelo 95-B55 que havia partido do aeródromo de Barra do Garças a Rondonópolis, transportando malotes, e pouco depois teve que fazer pouso forçado, teve a perda da ponta de uma das pás da hélice esquerda. É o que consta no relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O piloto e outro ocupante não se feriram. O acidente em dezembro de 2013, contudo, somente agora o documento foi divulgado.
No histórico do voo, é apontado que após a decolagem, a aeronave perdeu tração no motor esquerdo, ao mesmo tempo em que surgiu uma forte vibração nesse motor. O piloto realizou o corte do motor esquerdo e prosseguiu para um pouso monomotor. Consta que o piloto era habilitado para o tipo de voo e que as cadernetas de célula, motor e hélice estavam com as escriturações atualizadas. A meteorologia estava favorável para o voo em condições visuais (VFR) e não havia restrições de teto ou visibilidade.
O documento mostra que o piloto iniciou a decolagem da cabeceira 25 do aeródromo de Barra e, logo após o recolhimento do trem de pouso, sentiu uma perda de tração e um aumento significativo de vibração vindo do motor esquerdo. “Apesar de os parâmetros de temperatura e pressão do óleo do motor terem se apresentado dentro da faixa de operação normal, a rotação do motor começou a cair gradativamente”, consta.
É apontado que, antes que a rotação atingisse níveis tão baixos que não permitissem o embandeiramento da hélice, o piloto decidiu embandeirá-la e cortar o motor que apresentava a anormalidade (motor esquerdo). “O coordenador da empresa passou a auxiliar o piloto na execução dos procedimentos de emergência, e assumiu a fraseologia, declarando emergência na frequência da rádio Barra do Garças, ajudando no monitoramento dos instrumentos”.
Com isso, o piloto ingressou no circuito de tráfego com curvas pela direita (lado do motor operacional), prosseguiu para a perna do vento, base e aproximação final, realizando o pouso monomotor sem maiores problemas. “Quando no solo, o piloto constatou que havia ocorrido a perda da ponta de uma das pás da hélice esquerda. Durante a ação inicial, a ponta da pá foi localizada na área de escape da lateral esquerda da pista 25, afastada cerca de 43 metros do centro longitudinal da pista”.
O Cenipa lembrou que “não é foco do mesmo quantificar o grau de contribuição dos fatores contribuintes, incluindo as variáveis que condicionaram o desempenho humano sejam elas individuais, psicossosiais ou organizacionais que interagiram propiciando o cenário favorável ao acidente”.