Além de relembrar a mensagem de amor que Jesus Cristo deixou, o Auto da Paixão, que será realizado entre os dias 22 e 27 de março no Memorial Papa João Paulo II, em Cuiabá, transforma essa mensagem em ações concretas. Uma das iniciativas é a inclusão de pessoas em situação de vulnerabilidade social que vão participar não somente da encenação, como também dos preparativos, como é o caso da montagem dos cenários e da confecção dos figurinos.
A iniciativa inédita é voltada, principalmente, a crianças e jovens atendidos pelas casas lares, adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, reeducandos do sistema prisional nos regimes aberto e semi-aberto, egressos do trabalho escravo, haitianos, indígenas, além de trabalhadores do aterro sanitário de Cuiabá.
A inclusão social e cultural marca também um dos compromissos do governo, que é auxiliar na erradicação da pobreza. Assim, todo participante da inclusão social será remunerado, ganhará vale-transporte e alimentação, independente da função que desempenhar no espetáculo.
Para a primeira-dama e coordenadora do Núcleo de Ações Voluntárias (NAV), Samira Martins, esse também é um passo no resgate da autoestima destas pessoas. “Como queremos levar ao público uma mensagem do amor cristão, temos que começar por ações práticas e vimos na inclusão uma maneira de mostrar que somos todos iguais perante Deus e assim deveria ser no dia a dia. E percebemos neles a alegria de fazer parte disso”, destacou Samira.
"Dentro do propósito do governador Pedro Taques de não deixar nenhum cidadão para trás, estamos transformando este evento em uma grande ação de inclusão socioprodutiva e que atende os objetivos do Emprega Rede, programa de governo que a Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social está implantando para retirar cidadãos mato-grossenses da situação de vulnerabilidade", contextualizou o secretário da Setas, Valdiney de Arruda.
"O teatro abre portas", como frisou o diretor do espetáculo encenado pelo Grupo Cena Onze, Flávio Ferreira. Ele explicou que o evento é cuidadosamente pensado para ser uma ação de inclusão sócio-produtiva e cultural continuada, já que após o evento os participantes terão condições de ascenderem profissionalmente.
E para Isabel Cristina da Silva, a expectativa é grande para a estreia nos palcos. A reeducanda vive pela primeira vez o “frio na barriga” de quem se apresentará para um público estimado de 15 mil pessoas por dia. “Na verdade eu estou adorando participar, porque é uma oportunidade única que estamos tendo. Pelo fato de eu nunca ter participado de algo assim, estou amando interagir com as pessoas”.