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Ausência de Lula e corrupção dominam debate entre presidenciáveis

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A ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que concorre à reeleição pelo PT, e os escândalos de corrupção durante sua gestão foram os principais temas do debate entre os candidatos à Presidência da República realizado nesta quinta-feira, na TV Globo, que reuniu Cristovam Buarque (PDT), Heloísa Helena (PSOL) e Geraldo Alckmin (PSDB).

Cristovam dirigiu a primeira pergunta do debate a Lula, que poucas horas antes do início anunciou sua decisão de não comparecer. O senador lembrou o escândalo do dossiê e perguntou ao presidente se ele renunciaria caso fosse comprovada sua participação no episódio. “Estão votando no senhor ou no candidato a vice, José Alencar?”, indagou, dando o tom do que seria o resto do debate.

Pelas regras da Globo, cada participante podia fazer uma pergunta ao candidato ausente. Os três usaram a regra e dirigiram perguntas que ficaram sem a resposta do presidente.

Geraldo Alckmin (PSDB) também criticou a ausência de Lula no início, mas, ao contrário do se podia esperar, optou por fazer um breve comentário. Ele disse que o debate é um momento importante do processo democrático e não comparecer demonstra “falta de respeito aos eleitores”.

O tucano voltou a atacar a ausência de Lula em diversas outras oportunidades. Em duas, com mais ênfase: na pergunta que pôde dirigir ao presidente e nas considerações finais.

No terceiro bloco, com temas determinados, Alckmin foi sorteado para fazer uma pergunta sobre corrupção. O tucano, então, escolheu Lula para “responder”, dando a entender que atacaria o presidente.

Apesar disso, em vez de falar dos escândalos do governo anterior, Alckmin perguntou sobre a ausência de Lula no debate, com duas retóricas: sobre educação e sobre saúde.

Já nas considerações finais, o tucano voltou a tocar no assunto. “O Lula, com sua ausência aqui nesse debate, mandou um recado aos brasileiros: ‘Eu não estou interessado na sua opinião, eu não preciso prestar contas para ninguém’. Domingo, mande um recado para ele e mude de presidente.”

A candidata do PSOL, Heloísa Helena, atacou o presidente de forma enfática em sua primeira fala. Para ela, Lula foge do debate porque é “covarde” e não consegue explicar os escândalos de corrupção de seu governo.

“Ele tinha a obrigação de descer do seu trono de corrupção, arrogância, covardia política e estar aqui para responder ao povo brasileiro”, afirmou a senadora.

Ao longo do debate, Heloísa, como se previa, foi quem fez as críticas mais veementes ao presidente Lula.

A senadora estava com tanta vontade de criticar Lula que nem conseguiu fazer a pergunta que ficaria sem resposta. Ao introduzir sua indagação, com críticas à ausência dele no debate, ela estourou o tempo (40 segundos) e foi interrompida por William Bonner.

Corrupção

A primeira pergunta do segundo bloco do debate era de Alckmin para Cristovam. O tema era livre e o tucano escolheu a corrupção.

Com Lula ausente e líder nas pesquisas de intenção de voto –segundo o Datafolha ele venceria ainda no primeiro turno–, o assunto se encorpou e dominou o resto do bloco. Os três adversários do petista o atacaram com veemência.

O tucano usou a pergunta para falar dos escândalos de corrupção do governo Lula. Ele citou o máximo que pôde –mensalão, sanguessuga, dossiê, etc.–, chegando a ser interrompido por Bonner por estourar o tempo.

Na resposta, Cristovam voltou a criticar a ausência de Lula. “Faltar a um debate como esse é uma forma de corrupção”, disse. O senador falou ainda que a corrupção no Brasil deixou de ser um fato isolado para se transformar em “corrente contínua”.

Ao mencionar o episódio do dossiê, Cristovam fez um apelo ao eleitor. “Por favor, vamos fazer, em nome da democracia brasileira, um segundo turno.”

Depois da troca de ataques ao governo Lula sobre corrupção entre Alckmin e Cristovam, foi a vez de Heloísa Helena partir para o ataque ao petista. Ela voltou a chamar o PT de “organização criminosa” chefiada pelo presidente da República e fez questão de ressaltar que não saiu do partido, mas foi expulsa.

Alckmin x Heloísa

O segundo bloco registrou um dos poucos momentos em que o tema central do debate não foi o governo e/ou o presidente Lula.

Cara a cara, o tucano e a senadora trocaram farpas quando o tema era a segurança pública. Para Heloísa, a culpa pela situação em São Paulo tem que ser atribuída tanto ao PSDB (governo estadual nos últimos 12 anos e federal durante era Fernando Henrique Cardoso) como ao PT (governo federal).

Alckmin, por sua vez, tentou convencer o eleitor que fez o possível para combater a violência como governador do Estado, mas que sofreu com a ineficiência do governo Lula na área. E ironizou a senadora pelas referências a FHC. “A senhora sempre vem com essa história, temos que pensar no futuro.”

Irritada com a postura do tucano, Heloísa respondeu no mesmo tom. “Alckmin tem esse problema de atribuir todos os problemas a esse governo [do PT].”

Bolsa Família

Quando esgotaram o tema da corrupção, os três participantes do debate fizeram críticas à gestão petista nas áreas da saúde e da educação. Neste momento, inclusive, assim como aconteceu nos outros debates, na Band e na Gazeta, Heloísa Helena e Cristovam Buarque trocaram elogios.

Além disso, eles aproveitaram a oportunidade para criticar uma das maiores bandeiras da campanha de Lula à reeleição: o programa Bolsa Família.

O tucano atacou o uso do programa moeda “moeda de troca” para conseguir votos. Apesar de enfatizar que não acabaria com o programa, Alckmin defendeu que o projeto tenha “força de lei” para, segundo ele, não ser usado para fins eleitoreiros.

Cristovam, por sua vez, defendeu que o programa volte a ser vinculado à presença das crianças nas escolas públicas.

Apelo e emoção

Nas considerações finais, Cristovam fez um pedido aos petistas que “descobriram que Lula não foi o caminho prometido” e aos “que estão em dúvida”. “Façam com que o Brasil tenha um segundo turno. A democracia, o processo democrático precisa de um segundo turno.”

Heloísa, por sua vez, fez um discurso emocionado –quase chorando–, falou das dificuldades da campanha eleitoral até aqui e, como não poderia deixar de ser, aproveitou para alfinetar Lula. “Andei por todo o Brasil sem ‘Aerolula’, sem jatinho, sem dinheiro público roubado, sem dinheiro de banqueiro de mensaleiro, de tranbiqueiro.”

Audiência

Segundo a Rede Globo, a prévia de audiência do Ibope do debate foi, em média, de 30 pontos na Grande São Paulo, o que corresponde a 49% dos televisores ligados no horário.

Como cada ponto equivale a 176 mil pessoas, o debate deve ter alcançado cerca de 5,28 milhões na região.

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