O Departamento Nacional de Infraestrutura informou que, ontem à tarde, “após o trabalho incessante das equipes de operação nos pontos críticos”, o tráfego de carretas e caminhões retornando dos portos de Miritituba rumo a Mato Grosso já está liberado. Assim que acabar a fila, as carretas que estão partindo em sentido contrário, para os portos de Miritituba, também terão seu fluxo liberado. A previsão para liberação total da rodovia continua sendo nesta sexta-feira, na parte da manhã, de quem vai de Guarantã do Norte rumo aos portos de Miritituba”.
O trecho com atoleiros na BR-163 entre Novo Progresso e Moraes Almeida tem mais de 42 quilômetros com filas de caminhões e carretas que estavam parados há duas semanas. As equipes do Exército e DNIT esperam que não chova nos próximos dias para continuar a recuperação.
O ministro da Infraestrutura, Tarcisio Gomes, esteve ontem à tarde, em um trecho critico da 163 e informou que “o serviço de engenharia para manutenção da trafegabilidade na BR-163 segue em andamento. Já liberamos o movimento no sentido Sul para quem está voltando dos portos de Miritituba e Santarém com as carretas vazias”. “Na quinta, iniciamos movimentação sentido Norte, a depender da condição meteorológica”, informou.
Caminhoneiros e carreteiros estão há mais de 15 dias sem trabalhar. Cansados de esperar, com pouca comida, água e muitos sem contatos com a família, há momentos de tensão entre alguns os motorista. Segundo Willian Cruz, morador de Cascavel, no Paraná, ouvido ontem à tarde, por Só Notícias, “não está sendo fácil. É muito cansativo e vários atritos têm acontecido. A sorte são os proprietários de postos de combustíveis, fazendeiros e donos de restaurantes que tão dando uma mão. Os que estão mais pra frente andam alguns quilômetros, pegam sinal e falam com a família, os que estão mais para trás é muito difícil. Se chove consegue tomar banho e pegar água, em compensação vem mais lama”, descreveu.
Willian carregou ração em Cascavel e esta esperando para ir para Uruará, no Pará. Ele aguarda liberação no estacionamento de um posto em Novo Progresso. “Eu consegui fazer uma manobra e retornar para Novo Progresso. Já estou aqui há duas semanas. Os outros que estão lá na frente não conseguiram. Hoje deu um pouco de sol e carros baixos passam, mas quando chove fica completamente interditado. Os postos estão lotados. São cerca de 42 quilômetros de filas e milhares de carretas paradas. Não passa combustível, comida nem ônibus”, explicou.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) vai manter, em Guarantã do Norte, até amanhã o bloqueio no tráfego para evitar que as filas no trecho paraense aumentam. Foi determinado que os trabalhos de manutenção, bem como de produção de material pétreo para reforço de subleito, ocorram 24 horas por dia. A produção deve chegar a 800 m3 de material diariamente, atendendo a necessidade do serviço.
O DNIT informa ainda que a prestação de assistência em saúde vai continuar na região, com a disponibilização de duas ambulâncias, além de equipe médica. Refeições e água potável estão sendo disponibilizadas diariamente aos caminhoneiros de Mato Grosso e demais Estados que estão esperando para seguirem viagem.