A Associação Floresta Urbana tem uma meta ambiciosa para Sinop apontou o presidente, Amadeu Rampazzo, em entrevista ao Só Notícias. “É até 2030, transformar Sinop na cidade mais arborizada do Mato Grosso, em 2035, na do Centro-Oeste, e, em 2040, do Brasil, o que não é fácil, é um desafio muito grande porque existe cidades bem arborizadas hoje no país como Maringá, Campo Grande, Goiânia e Curitiba, que são exemplos”, afirmou. Nesta semana, o IBGE divulgou que a capital do Nortão é a 14ª cidade com mais de 100 mil habitantes mais arborizada do Brasil.
Para alcançar seu objetivo, a organização, formalizada em 2018, conta, há dois anos, com a parceria da empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que mantém o viveiro Arbovias, com 25 espécies de mudas nativas. Atualmente, existe 585 que já podem ser plantadas pela cidade. Outro pilar que sustenta as metas é o cumprimento do plano Municipal de Arborização Urbana, que foi aprovado no final do ano passado.
“Além da pesquisa que a Embrapa faz com essas mudas, da melhor maneira de produzir, a gente utiliza elas também para formar ‘ilhas verdes’ aqui na cidade, analisando locais onde tem necessidade de plantar, algumas quadras, tanto privadas como públicas, e algumas vias e praças também que a gente vê a necessidade”, explicou. Alguns pontos que já foram beneficiados são praças e avenidas dos bairros Jardim Curitiba, Jardim Paraíso e Jardim São Paulo. O estacionamento do centro socioeducativo do Alto Glória será o próximo local a receber arborização.
Um modelo que serve de inspiração para Amadeu é a regra do 3-30-300, que foi apresentada no fórum latino-americano e caribenho de florestas urbanas, no ano passado, em São José dos Campos (SP). “É uma diretriz a nível mundial, que diz que da janela do teu escritório ou da tua casa você tem que enxergar três árvores. O 30 quer dizer que no teu bairro ou na tua quadra você deve ter pelo menos 30% de arborização. E o 300, que você esteja a 300 metros de um bosque ou um aglomerado de árvores. Então, sim, é a meta. Isso dá para se fazer com novos loteamentos”, “nos o que já existem é mais difícil. Dá para fazer, mas é mais difícil”, explicou.
O trabalho da Floresta Urbana compreende também a educação ambiental, a manutenção das mudas plantadas e o apoio à secretaria de Meio Ambiente na fiscalização de crimes ambientais como a supressão de árvores sem autorização. “A gente ajuda nas denúncias, porque daí eles fazem os autos de infração para procurar evitar, diminuir um pouco esses ataques. Então, por um lado, a gente tenta evitar essas podas drásticas, por outro lado, plantar cada vez mais e fazer a manutenção do que já existe”, disse.
Atualmente, a associação contra com mais de 20 associados e uma lista de mais de 50 voluntários, que ficam à disposição para ações de plantio. Quem quiser se candidatar, pode fazê-lo pelo site ou redes sócias, no entanto, Amadeu avisa que não realiza doações pessoais de mudas. “Não fazemos doações particulares, porque a gente tem que acompanhar onde vai ser plantada. Como é uma parceira junto com a Embrapa, a Embrapa monitora e retira dados para suas pesquisas”, esclareceu.
Por fim, o presidente destaca que a arborização é importante não apenas pela preservação do meio ambiente, mas também para a saúde humana. “Muita gente acha que a arborização é mais para enfeitar, mais como paisagem, mas não, ela faz o serviço ambiental porque diminui a temperatura, aumenta a umidade relativa do ar, tem valorização imobiliária. Além do visual dela, ela dá sombra, diminui a poluição sonora, a poluição do ar, ou seja, proporciona saúde também, mental e respiratória. A temperatura na nossa região é insalubre. Então, precisamos cada vez mais de árvores para amenizar o clima”, concluiu.
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