Associação dos Oficiais da Polícia e Bombeiro Militar de Mato Grosso (Assof) saiu em defesa da tenente Bombeiro Militar, Izadora Ledur, hoje. Ela é acusada pelo Ministério Público Estadual (MPE) pelo crime de tortura que resultou na morte do aluno soldado bombeiro Rodrigo Claro, em novembro de 2016, e virou ré em uma ação penal que tramita na 7ª Vara Criminal de Cuiabá sob a juíza Selma Rosane Santos Arruda.
Apesar das investigações sobre a conduta da tenente terem sido suspensas após ela obter direito de licença médica por 3 meses, a Associação afirma em nota encaminhada pelo presidente da Assof, tenente coronel BM Wanderson Nunes de Siqueira, que o inquérito foi concluído.
A nota classifica o evento como “coincidência” já que, a morte do soldado poderia ocorrer em qualquer outra atividade. “Entretanto nos arriscamos a afirmar que se não fosse após o treinamento de salvamento aquático, infelizmente o aluno soldado Rodrigo poderia vir a óbito ou sofrer sequelas provenientes de um AVC dormindo, correndo, realizando uma refeição ou praticando um esporte”, diz trecho da nota.
A tenente Ledur apresentou 6 licenças para tratamento de saúde desde a morte do soldado Claro. Somente neste ano foram 4 licenças que totalizaram 5 meses e 7 dias afastada para tratamento médico. A última tem validade de 18 a 15 de outubro.
O MPE chegou a pedir a prisão da tenente, que foi negado pela Justiça. O órgão novamente recorreu e aguarda nova decisão judicial. Segundo o Ministério Público, Ledur teria ignorado a situação de Rodrigo Claro, que demonstrou, nos treinamentos, dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre, entre outras.
A tenente teria utilizado métodos totalmente reprováveis para “castigar” os alunos do curso que estavam sob sua guarda, inclusive Rodrigo, por ele ter apresentado mau desempenho nas atividades dentro da água.
O jovem vomitou muito, apresentou fortes dores de cabeça e, por mais de uma vez, sofreu crise convulsiva, oriundas dos inúmeros afogamentos sofridos durante a instrução. Ele chegou a ser hospitalizado com um quadro de hemorragia cerebral que evoluiu para morte.