Os assentados da Associação Pé No Chão receberam, esta manhã, uma resposta da superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) sobre a retomada de uma área de 270 hectares, em Sorriso, de onde foram despejados no início deste mês, e decidiram, por enquanto, não bloquear a BR-163, como haviam ameaçado. “Tivemos uma resposta do Incra, Ministério Público e do procurador federal, José Bruno Lemes. O processo agora está na Justiça Federal e vai haver a desapropriação da área para a criação do assentamento”, explicou, ao Só Notícias, um dos líderes do movimento, Devanzir Soares Rocha.
Dezenas se mobilizaram às margens da BR-163, no km 780, esta manhã, onde estão acampados desde o início do mês, quando foram despejados. Segundo Devanzir, cerca de 60 famílias, que moravam na área durante oito meses, foram retiradas ilegalmente e com abuso de autoridade. “Estas pessoas que alegam ser donas da área, não conseguiram provar na justiça. Fomos despejados com ameaças de ‘jagunços’ armados. Derrubaram os barracos e colocaram em um barracão da prefeitura, sem sequer ter autorização do Executivo. O que reivindicamos é o direito à propriedade, previsto na Constituição”.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que, à princípio, a partir de negociação com os manifestantes, a BR-163 não será mais bloqueada hoje. “A polícia está mantendo diálogo tanto no local como em Cuiabá para que a rodovia não seja bloqueada. No Norte, não deve mais ocorrer a interdição esta tarde, porque já estão em contato com o Incra e aguardam respostas para definir o que vai ser feito”, afirmou um policial.
A reintegração de posse na fazenda aconteceu de forma pacífica, de acordo com a Polícia Militar. Por meio de nota, a superintendência do Incra havia informado, na ocasião, que analisaria a decisão favorável à reintegração junto à Procuradoria Especializada Regional e Advocacia Geral da União (AGU).