Recursos da caderneta de poupança foram utilizados no financiamento de 2,383 mil imóveis em Mato Grosso. A quantidade informada pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) e referente aos meses de janeiro a setembro deste ano confirma aumento de 23,59% nas aquisições a prazo de imóveis. No mesmo período do ano passado, foram financiadas 1,928 mil unidades habitacionais.
O crescimento na demanda imobiliária no Estado impulsionou os financiamentos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) nos 9 primeiros meses deste ano, quando totalizaram R$ 561,096 milhões, com alta de 18,59% sobre os R$ 473,134 milhões acumulados no mesmo intervalo de 2016
De acordo com a Abecip, o mercado imobiliário mato-grossense apresentou um comportamento diferenciado do restante do país. Em todo o Brasil foram financiadas a compra e construção de 131,8 mil imóveis entre os meses de janeiro a setembro, sendo 11% a menos que o quantitativo verificado durante igual intervalo de 2016. Os negócios realizados com recursos da caderneta de poupança em todo o país movimentaram R$ 32,630 bilhões, montante 2,9% inferior ao observado em igual período do ano passado.
Conforme o vice-presidente administrativo do Sindicato das Empresas de Compra e Venda, Locação, Administração, Imóveis e Condomínios de Mato Grosso (Secovi), Guido Grando Junior, os recursos da caderneta de poupança permitem financiar imóveis de até R$ 1,5 milhão. “Antes eram enquadrados imóveis de até R$ 800 mil em Mato Grosso”, pontua.
Com a aproximação de dezembro, o mercado imobiliário se prepara para vender mais e a redução da taxa básica de juros favorece os negócios do setor, pondera o vice-presidente do Secovi. “A gente chama esse período de safra, porque historicamente tem uma procura maior (por imóveis). Esperamos que haja incremento (nas vendas) em relação ao ano passado. Estamos fazendo análise junto às prefeituras de transação de ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis) e está um pouco melhor”, avalia.
No aspecto dos juros, o economista Emanuel Daubian afirma que o corte de 0,75 ponto percentual na taxa Selic que a reduziu para o patamar de 7,5% ao ano na última quarta-feira (25), favorece os depósitos em caderneta de poupança. Consequentemente, ampliará os recursos do SBPE. “A caderneta de poupança ficou mais atrativa e renderá mais que outras aplicações financeiras, como os fundos de renda fixa que remuneram com base na Selic e cobram imposto de renda, IOF, taxa de administração”, enumera. “Agora, os bancos terão mais dinheiro para liberar e é provável que reduzam mais os juros nos financiamentos imobiliários”.