Os peritos criminas de Mato Grosso continuam “inconformados” com o orçamento deste ano para o setor, aprovado pelo governo do Estado, ainda no ano passado. Em 2013, o valor destinado à Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foi de R$ 5 milhões, considerado insuficiente, uma vez que os profissionais reclamavam até mesmo de falta de materiais básicos nos trabalhos de perícia. Este ano, porém, o orçamento foi reduzido pela metade, ficando em 2,5 milhões, segundo o Sindicato dos Peritos Oficiais Criminais do Estado de Mato Grosso (Sindpeco). A baixa quantia deve comprometer ainda mais os trabalhos.
O presidente da entidade, Márcio Godoy, disse, ao Só Notícias, que continua em diálogo com o governo do Estado para que haja a destinação de mais recursos e, assim, a garantia de um bom andamento nas atividades de perícia no decorrer do ano, uma vez que o valor aprovado, de fato, é insuficiente. Sendo assim, as cobranças por melhorias devem continuar.
Para se ter uma ideia, mesmo com os R$ 5 milhões de orçamento no ano passado, em Sinop trabalham apenas nove peritos, sendo que atendem toda a região Norte, que compreende mais de 30 municípios. A quantidade ideal seria de 18 a 20 profissionais. Além disso, encontram dificuldades relacionadas à falta de materiais. "A perícia é bastante precária em relação a materiais, o que acaba atrasando alguns processos", explicou o representante da classe no município, Henrique Carvalho, durante a mobilização ocorrida no final do ano passado.
Conforme Só Notícias informou, a categoria chegou a paralisar as atividades, em todo o Estado, no dia 4 de dezembro, conhecido como o dia nacional do perito criminal. O objetivo foi chamar a atenção do governo para as dificuldades enfrentadas, como a falta de efetivo, de estrutura de trabalho, necessidade de aumento salarial, entre outros.
Após a paralisação, ameaçaram entrar em greve, caso as reivindicações não fossem atendidas. Entre as conquistas alcançadas está o reajuste de 7,6% no salário, a partir de maio deste ano, e a nomeação inicial de mais 120 profissionais, que pode ocorrer até março.
Apesar disso, a categoria continuará cobrando por melhorias. Uma delas é o recebimento do adicional de insalubridade que os profissionais tem direito, relacionado ao tipo da atividade exercida, e que ainda não recebem. Além disso, devem buscar uma melhoria gradativa, no que se refere ao orçamento deste ano.