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Após escândalo do dossiê, Lula admite que pode ter 2º turno

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Com a crise gerada pelo escândalo do dossiê contra políticos tucanos, que já derrubou oito pessoas no PT e no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a admitir a possibilidade de 2º turno. Falando de improviso, no Hotel Nacional, em Brasília, para cerca de 500 prefeitos, ele afirmou ter certeza de que vai ganhar as eleições, ainda que não seja no primeiro turno.

“Não tem eleição ganha antes da apuração. É preciso que a gente trabalhe muito. E, se não der no primeiro turno, não tem problema. Só queria que vocês trabalhassem, porque o resultado depende desse trabalho, depende de vocês. (De) Que nós vamos ganhar eu tenho certeza, eu não tenho dúvida”, disse o presidente.

Pesquisas mostram que diferença caiu
Pesquisa divulgada nesta quinta-feira mostra que o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, alcançou sua mais alta pontuação em uma pesquisa Ibope (30%) e estreitou um pouco mais a folga que ainda garante vitória no primeiro turno ao presidente Lula – que oscilou 1 ponto porcentual para baixo e chegou aos 49%. Pesquisa Ibope divulgada pela TV Globo mostrou que a vantagem de Lula – que era de 15 pontos na última semana de agosto, chegou a 10 pontos na pesquisa de 8 de setembro e oscilou para 9 pontos no dia 15 – agora caiu para 7 pontos, com persistente tendência de queda.

A conta-gotas, Alckmin também tem confirmado tendência de alta em sua intenção de voto, embora venha crescendo sempre na margem de erro das pesquisas. Ele tinha 21% em 10 de agosto, manteve o índice em 18 de agosto, oscilou para 22% em 27 de agosto, foi para 25% em 1º de setembro, subiu para 27% no dia 8, novamente para 29% no dia 15 e agora chegou aos 30%. Para haver um segundo turno, seria preciso Lula perder 7 pontos ou os adversários ganharem 7 – ou ainda os rivais tomarem 3,5 pontos do presidente.

Na contagem dos votos válidos, Lula caiu de 55% para 54% e Alckmin subiu de 31% para 33%. Na simulação de um eventual segundo turno o petista oscilou para baixo (de 53% para 52%), enquanto Alckmin ficou estacionado nos 37% que exibiu nas duas pesquisas anteriores.

A conta-gotas
Também a conta-gotas, a rejeição de Lula continua mostrando tendência de alta: era de 24% no dia 27 de agosto, oscilou para 26% em 1º de setembro, subiu novamente para 27% em 8 de setembro e agora chega aos 28%. A de Alckmin oscilou agora 1 ponto, de 21% para 22%.

A avaliação positiva do governo (ótimo/bom) caiu 6 pontos, depois de experimentar tendência de alta desde fins de julho. O Ibope ressalva que a ordem das perguntas no questionário do dia 15 poderia induzir o eleitor a um julgamento mais drástico. O ´ótimo/bom´, que pontuou 46% em 8 de setembro e bateu em 49% em 15 de setembro, caiu agora para 43%. A avaliação negativa (ruim/péssimo), que era de 19% em 8 de setembro e caiu para 16% em 15 de setembro, voltou agora aos 19%.

Os ainda discretos sinais de um possível arranhão na imagem do governo também se revelam no índice de aprovação do presidente, mantidas as mesmas ressalvas. Os que o aprovam eram 59% no dia 8, 62% em 15 de setembro e agora são 58%.

Lula perdeu 3 pontos porcentuais em parte de seu eleitorado preferencial, os que têm até a 4ª série do ensino básico (de 61% para 58%), mas recuperou 2 pontos na outra parte, os que têm entre a 5ª e a 8ª séries (de 54% para 56%); também perdeu 4 pontos entre os que têm ensino superior (de 33% para 29%). Alckmin tomou 3 pontos do petista no Sudeste, que esquadrinhou na última semana: o tucano foi de 32% para 35% e Lula, de 44% para 41%.

Regiões que fizeram a diferença
O grande salto de Alckmin foi nos grotões, as cidades até 20 mil habitantes, onde foi de 24% para 32%; nessa faixa, Lula perdeu 7 pontos, caindo de 60% para 53%. Mas Alckmin perdeu 3 pontos nas cidades entre 20 mil e 100 mil habitantes, descendo de 34% para 31%; nelas, Lula subiu 4 pontos, de 48% para 52%.

Nos grupos de renda, Alckmin subiu 8 pontos no segmento dos que ganham mais de 10 salários mínimos (de 41% para 49%) e conquistou mais 3 na faixa dos que ganham entre 1 e 2 salários (de 25% para 28%). Lula perdeu 3 pontos na faixa mais alta (de 30% para 27%), o que pode significar um início de debandada da classe média, e perdeu outros 3 entre os que ganham de 1 a 2 salários.

O Ibope ouviu 3.010 eleitores, em 203 municípios, entre os dias 18 e 20 de setembro, com margem de erro de 2 pontos porcentuais.

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