Sem a música, a vida seria um erro. A frase, eternizada pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, tem, ainda que involuntariamente, servido de inspiração para alunos e professores da Escola Estadual José Leite de Moraes, em Várzea Grande, desenvolverem uma série de experimentações tendo a musicalidade como ponto central.
Por meio do World Voices, programa original do British Council e realizado em Mato Grosso em parceria com a Secretaria de Educação, Esporte e Lazer (Seduc) e Secretaria de Cultura (Sec), estudantes e educadores buscam, juntos, descobrir e aprimorar habilidades, e também conhecer melhor uns aos outros.
A iniciativa, que encerra a segunda fase em Mato Grosso neste sábado (26), tem a finalidade de levar à comunidade escolar vivências práticas pedagógicas diferenciadas, que possam estimular capacidades cognitivas como a atenção, criatividade e percepção, sem deixar de lado a parte física, com a expressão corporal.
Na quinta-feira (24), os 40 participantes fizeram de tudo um pouco durante a dinâmica em grupo: dançaram, ficaram perfilados até formarem um triângulo sem que alguém estivesse no comando, contaram histórias e cantaram, muito, em vários idiomas.
Aluna do 6º ano, Isabelle Caetano, 11 anos, era uma das mais empolgadas. “Sou do tipo tímida mas aqui não me sinto retraída, e sim bem livre. Ver os nossos professores também envolvidos nas brincadeiras é bastante engraçado. Acho a proposta interessante pois, além da diversão, tem a parte da concentração, que é muito exigida. O que é bom, pois podemos aprender a usar isso nos estudos, por exemplo”.
Colega de Isabelle, Ianna Giulia, 13 anos, também do 6º ano, por sua vez, ressalta que as atividades têm a capacidade quase que terapêutica de acalmá-la. “Serenidade, é o que também aprendemos nessa vivência toda”, resume.
A Escola Estadual José Leite de Moraes foi a escolhida para acolher o programa por já ter em andamento projetos relacionados à musicalidade, como um grupo de coral. Em março ocorreu a primeira fase. Ao todo, serão quatro. As próximas ocorrerão nos finais de dezembro e janeiro.
Representante do British Council, o músico regente Paulo Bezulle, responsável por coordenar a segunda fase do programa, crê que iniciativas inovadoras, quando abraçadas por estudantes e educadores, podem mudar a realidade de determinada unidade de ensino. “Diversificar as estratégias pedagógicas e aproximar alunos e professores são fatores que estão relacionados à melhora do sistema de ensino como um todo”.
O World Voices é um projeto que, além da parte musical e lúdica, inclui workshops e capacitação de professores. A intenção é de fazer com que os educadores sejam multiplicadores das metodologias trabalhadas durante o período da vivência, para que as atividades possam fazer parte das unidades de ensino de maneira regular.