Dois meses depois da decisão do juiz Rhamice Ibrahim Ali Ahmad Abdallah, as reformas na cadeia de Alta Floresta ainda não começaram. O magistrado determinou também a interdição parcial da unidade para facilitar as obras no prédio.
Porém, segundo a assessoria da Secretaria do Estado de Justiça e Segurança Pública, até o momento nenhum detento foi transferido. Apenas oito, dos 121 presos, aguardam a autorização da Justiça para serem recambiados para outras penintenciárias da região.
A assessoria informou ao Só Notícias que uma equipe técnica da secretaria já esteve no local fazendo levantamento da área total a ser reformada e a compra de materiais já está em fase de registro de preços na Secretaria de Administração (SAD).
O pedido de interdição foi feito pelo Ministério Público Estadual, argumentando que a cadeia funciona de forma precária, com evidente falta de segurança e superlotação. O espaço onde deveriam ficar 90 é ocupado por mais de 120.
O juiz Rhamice Abdallah confirmou, em sentença, que a situação é “desesperadora e degradante”, que falta estrutura e segurança, o que tornou a cadeia pública alvo fácil de fugas e rebeliões. Chegou a cita que “em ambiente desse nível gera tensão a explodir violentamente a qualquer instante”.
Laudos de vistorias do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar apontaram que o local não possui projeto de prevenção e combate a incêndio, extintores, iluminação de emergência, exaustor de ar, e o risco de incêndio é grande e a qualquer momento pode ocorrer curto-circuito, além da falta de estrutura que facilita fugas.