Durou cerca de cinco horas a rebelião de detentos da cadeia de Alta Floresta, que cobravam da Justiça celeridade na resolução de processos, entre outros pedidos ligados à vara de execução penal. Dois agentes carcerários foram mantidos reféns, durante as negociações. De acordo com o comandante regional da Polícia Militar, tenente coronel Sérgio Conezza, os carceireiros foram rendidos por volta das 8h30. Eles abriam as grades que dão acesso à área do banho de sol, quando acabaram surpreendidos por presos.
Alguns colchões foram incendiados, mas não houve feridos. O juiz Rhamice Ibrahim Ali Ahmad Abdallah, da quinta vara, representantes do Ministério Público, Ordem dos Advogados (OAB), pastoral carcerária, além da PM, acompanharam os diálogos.
“Basicamente pediram progressão de regime. Muitos deles estão com processos parados, e queriam celeridade”, declarou Conezza, ao Só Notícias. As conversações foram encerradas por volta das 14h.
A unidade está interditada parcialmente desde o primeiro semestre, a pedido do MP e deferido pelo mesmo magistrado, sob o fundamento de que a cadeia de Alta Floresta funciona de forma precária, com evidente falta de segurança e superlotação. Atualmente, 119 ocupam um espaço destinado a pelo menos 60.
Alguns presos foram transferidos para Sinop para diminuir o fluxo. Entretanto, ainda é alto o número de detentos no local. Laudos de vistorias do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar apontaram que não há projeto de prevenção e combate a incêndio, extintores, iluminação de emergência, exaustor de ar, e o risco de incêndio é grande e a qualquer momento pode ocorrer curto-circuito, além da falta de estrutura que facilita fugas.
As obras de reforma ainda não iniciaram.
(Atualizada às 09:12hs)