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Alta Floresta: negado retorno ao trabalho de soldados envolvidos em morte de jovem

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O comandante geral da Polícia Militar de Mato Grosso, Nerdi Denardi, negou pedido de reconsideração de ato e manteve as exclusões dos ex-soldados R.T.N. e R.A.S., da corporação, em março. Eles foram investigados em procedimento militar sobre o atropelamento que resultou na morte da jovem Natália Marina de Carli Canhos, ocorrido há um ano e cinco meses, na avenida Ariosto da Riva, em Alta Floresta. O processo também “corre” na 11ª Vara Especializada da Justiça Militar.

Na publicação das demissões, foi apontado que eles cometeram transgressões disciplinares além de procederem incorretamente “no desempenho do cargo ou função”. Foi destacado que a viatura era conduzida por R.A.S., tendo como patrulheiro R.T.N. Consta que se deslocavam para atender uma ocorrência quando houve, então, o acidente (atropelamento), ficando constatado que teve como causa determinante o excesso de velocidade. Foi constatado ainda que havia placas verticais de sinalização na via que dizia que a velocidade dessa pista de rolamento era 40 km/h, além do que não estavam fazendo na ocasião uso de “sirene”, que é um equipamento indispensável no atendimento de ocorrência”.

É reforçado também que o acidente poderia ter sido evitado se houvesse maior cuidado dos policiais quanto o cumprimento da sinalização de trânsito e a atenção no local de passagem, onde possui casas noturnas, tornando a via ainda mais movimentada. No despacho, o comando geral também aponta que os policiais poderiam ter escolhido uma via alternativa e menos movimentada para chegar até o local da ocorrência.

Na defesa, o condutor da viatura destacou que estava entre 70 a 80 quilômetros por hora e que viu o quebra-molas apenas quando estava muito próximo, não conseguindo frear a tempo. “Que então a viatura ziguezagueou, e o declarante tentou retomar o controle do veículo, mas acabou colidindo com a vítima Natália e outra vítima”, descreve o documento. O militar ainda declarou que o manual de instrução da Polícia Militar não é empregado na íntegra e “que não sabe a que velocidade a viatura pode transitar quando em atendimento de ocorrência e que não recebeu instrução a esse respeito”.

Já a defesa de R.T.N. apontou que o referido militar estava na função de comandante do setor I. A ocorrência foi repassada enquanto a viatura fazia rondas pela avenida Ariosto da Riva. “Que então [os policiais] se deslocaram para atender a ocorrência, sendo que começou a apertar a tecla seletora da sirene. Que ao terminar de modular no rádio a viatura passou pelo quebra-molas. Que neste momento acredita que tocou a tecla seletora da sirene vindo a desligá-la. Que a viatura ziguezagueou e chocou-se com um veículo e com a vítima. Que a velocidade máxima permitida na via é 40 km/h. Que no local havia pessoas com som automotivo ligado. Que não sabe precisar a velocidade da viatura no momento do acidente. Que não sabe informar se o motorista da viatura tentou reduzir sua velocidade próximo ao quebra-molas. Que não se recorda se a pista estava molhada”, descreve o procedimento.

O inquérito foi concluído em fevereiro de 2012 e, nele, constaram dois laudos elaborados pela perícia técnica. Um apontando a alta velocidade da viatura e, outro, destacando que os policiais não teriam ingerido bebida alcoólica na ocasião do fato.

A versão apurada sobre o acidente, conforme Só Notícias informou, foi de que a jovem estava no acostamento, esperando para atravessar a via e, os policiais estariam seguindo para atender uma ocorrência quando teriam “rampado” um quebra-molas, perdendo a direção. A viatura atingiu a jovem, que acabou arremessada a cerca de 20 metros do local de impacto. Em seguida, a viatura colidiu na traseira de um GM Corsa, que estava estacionado em outro ponto da via.

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