A greve dos profissionais da educação do município completa um mês nesta sexta e começa a afetar os estudantes estaduais. Isso porque, a partir de hoje, os motoristas de ônibus também decidiram cruzar os braços e o transporte escolar de alunos, tanto da rede municipal, quanto da estadual, não está mais sendo feito no município. As informações foram confirmadas, ao Só Notícias, pela presidente da sub-sede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), Meire Mazureki. “Não sabemos precisar quantos estão sendo afetados, mas podemos dizer que todos os estudantes de escolas rurais e alguns das urbanas ficam sem ter como ir até a escola”, explicou.
Com o objetivo de encerrar a paralisação, o Tribunal de Justiça interviu. Uma vez que a prefeitura entrou com uma ação pedindo a declaração de ilegalidade da greve, o judiciário fará uma última tentativa de conciliação entre Sintep e Executivo. A audiência está marcada para amanhã, às 10, em Cuiabá. “Já tivemos outra audiência e o que ficou acordado era que a prefeitura iria apresentar uma proposta. Apresentou e nós rejeitamos. Agora, vamos levar o que foi deliberado”, ressaltou.
Alta Floresta tem atualmente cerca de 550 profissionais e 20 unidades escolares (incluindo creches), das quais, 18 estão paradas.
Conforme Só Notícias já informou, os profissionais da Educação estiveram reunidos em assembleia, ontem, e decidiram, mais uma vez, rejeitar uma proposta da prefeitura para encerrar a greve. “A prefeitura ofereceu 8% de reajuste para os efetivos, 13% para interinos, criação de um grupo de trabalho para redução da jornada dos técnicos de apoio e concurso público imediato. A proposta não agradou totalmente”, pontuou Meire.
Segundo Meire, os trabalhadores não acataram 8% para os funcionários efetivos e a criação do grupo de trabalho. “A gente cobra redução da jornada imediatamente para os técnicos ou, pelo menos, a definição de um prazo. Os interinos também aceitam negociar 8%, com o restante em mais cinco parcelas, sendo o acréscimo de 1% mensal”, explicou.
A categoria quer 13% para o piso ser de R$ 1.918 (valor nacional), equiparação salarial para interinos e efetivos em carreira inicial, mais redução da jornada e equiparação dos técnicos de apoio este ano.
O prefeito havia alegado, no início da greve, que se concedesse os 13% reivindicados estouraria o limite prudencial permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que é de 54%, o que traria consequências negativas para a prefeitura, podendo o prefeito ter as contas reprovadas e ficar inelegível. O gestor já havia dito que, com o percentual proposto, “nenhum professor ganhará menos que o piso salarial instituído pelo Ministério da Educação".