O Conselho Municipal de Saúde afirmou que os possíveis desvios nos repasses ao Hospital Regional, apontados ontem pelo governo do Estado, quando decretada a intervenção, já eram previsíveis. “As Organizações Sociais em geral representam tudo que é contra a boa administração: não há licitação, as compras podem ser direcionadas para um fornecedor, não há concurso público, meritocracia, nada. Os contratos de médicos são realizados via pejotizaçao, com uma cascata de empresas, dificultando a fiscalização e auditoria e facilitando a evasão fiscal e os possíveis desvios”, afirmou o presidente Thiago Incerti.
Segundo ele, o conselho conseguiu, uma única vez, via promotoria de justiça, ver a prestação de contas da OSS que administra o hospital. “Já havia indícios de possível mau uso de recursos públicos. Havia um número muito alto de pacientes provenientes de cidades de São Paulo que eram atendidos no hospital, como 16 da cidade de Franco da Rocha, em um único mês. No outro mês, mais 14. Sendo que Franco da Rocha é uma cidade com mais estrutura que Alta Floresta e perto de centros médicos de referência, já que fica na região metropolitana de São Paulo”, contou ele.
Incerti que, se houve desvio, os responsáveis, "independente de quem for, sejam punidos. Esperamos ainda que a liminar (judicial) emitida seja cumprida pois hoje termina o prazo para o Estado pagar os médicos sob pena de bloqueio de contas, independente de outras sanções no nível penal e cível. Esperamos que agora haja uma auditoria com participação do TCE, MPE, MPF e outros órgãos de fiscalização, para que os responsáveis por eventuais prejuízos ao erário e a população sejam punidos”, afirmou.