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Cuiabá: alagamentos são resultados da falta de planejamento e manutenção de vias, aponta professor da UFMT

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Só Notícias/Gazeta Digital (foto: João Vieira/arquivo)

Alagamentos recentes são resultado da falta de planejamento das vias e manutenção dos sistemas de escoamento. A informação é do professor de sistema de drenagem, esgotamento sanitário e instalações prediais, Gonçalo Santana, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Gonçalo comandou o projeto de escoamento do viaduto da avenida Fernando Corrêa, próximo a universidade, entre os anos de 2015 e 2016. À época, o principal fator que contribuía para que a água ficasse empoçada foi a falta de bocas de lobo e também a obstrução dos canos subterrâneos de escoamento.

“Na época em que eu ainda era aluno da UFMT eu lembro que a água que saia da avenida Brasília, no Jardim das Américas, atravessava a Fernando Corrêa e caia tranquilamente no Córrego do Barbado, mas com o viaduto isso ficou barrado e foi provocando os alagamentos”, explicou.

Nesta época de chuva, os alagamentos foram recorrentes em diversos pontos isolados da cidade. Avenida Tenente Coronel Duarte, popularmente conhecida como ‘Prainha’, e o bairro Jardim Cuiabá  tiveram ocorrências reincidentes. De acordo com relato do professor, isto acontece porque são regiões baixas, de vale, para onde a água escorre.

“No caso do Jardim Cuiabá, naquela região mais baixa, recebe água do Círculo Militar lá em cima, tem também a praça Manoel Miraglia do outro lado. Tudo desce, naquele ponto mais baixo se você não tem captação não tem jeito”, disse. “Na Prainha recebe água desde a Comandante Costa, o morro do Seminário. A conclusão é que se não houver uma rede de drenagem eficiente ao redor o VLT [Veículo Leve sobre Trilhos], por exemplo, não andaria”.

Com a construção do modal, em 2012, as bocas de lobo da Tenente Coronel Duarte, por onde o transporte deveria passar, foram tampadas. No caso do bairro Jardim das Américas, foram os próprios moradores os responsáveis por tapar os bueiros, devido ao mau cheiro. A solução, para Santana, é que eles sejam recolocados em toda a imediação dos pontos problemáticos.

“Não adianta colocar apenas nos vales, tem que colocar nos pontos mais distantes. Quando você consegue retirar e deixar a água escoar o problema deixa de existir. Estão urbanizando, mas estão esquecendo de fazer as captações de água, então é um problema estrutural de falta de planejamento”.

Quanto às tubulações de escoamento, o problema é da falta de manutenção. No caso do Jardim das Américas, como foi constatado na pesquisa de Santana, haviam tubos que estavam obstruídos por terra, lixo e concreto, que impossibilitava a passagem da água.

“No viaduto no Tijucal começou a ter problema de alagamento também uma época. Só que lá o pessoal da prefeitura foi e tirou dois caminhões de lixo. Tinha pneus jogados dentro do sistema, então com a obstrução não tem como funcionar. Quando as pessoas jogam lixo o sistema para de funcionar e perde sua eficiência”, finalizou.

Outro lado
A reportagem do tentou contato com o secretário municipal de Obras Públicas, Vanderlucio Rodrigues, que não atendeu as ligações até a publicação desta matéria.

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