Dezenas de famílias serão removidas de áreas consideradas de risco, localizadas às margens do Córrego do Barbado, em Cuiabá. A remoção será acelerada em virtude da implantação e pavimentação da avenida Parque do Barbado, uma das obras de desbloqueio previstas no Plano de Mobilidade Urbana elaborado pela Agência Estadual de Execução dos Projetos da Copa do Mundo do Pantanal (Agecopa).
O diretor de infraestrutura da Agecopa, Carlos Brito, explica que, "com Copa ou sem Copa", as famílias teriam que deixar o local, pois a ocupação foi feita de forma irregular. Além disso, diz que as remoções serão superiores às desapropriações no local. Ele esclarece que se tratam de remoções porque os moradores não são donos das residências, já que a área foi ocupada. Nesse caso, não cabe o pagamento de indenizações, mas garante que o processo de transferência será feito da maneira "mais correta possível". Apesar de estarem em situações irregulares, Brito afirma que a Agecopa tentará de todas as formas que elas não sejam transferidas para locais muito distantes. "Temos que considerar que muitos moradores estão lá há mais de 20 anos e grande parte trabalha e estuda nas proximidades".
De acordo com o secretário Extraordinário de Apoio às Ações da Agecopa e PAC, Djalma Sabo Mendes, ainda não há uma estimativa de quantas remoções e desapropriações serão necessárias na região. A empresa Diefra, que venceu a licitação, ainda não iniciou os estudos.
Orçada em quase R$ 35 milhões, a avenida Parque do Barbado é classificada como uma obra de desbloqueio de médio porte e terá o objetivo de desafogar a avenida Miguel Sutil e interligar as avenidas Fernando Corrêa da Costa, Arquimedes Pereira Lima, Dante de Oliveira, Gonçalo Antunes de Barros e Vereador Juliano Costa Marques. A obra deverá ser concluída em 12 meses e está dividida em 2 lotes, que, juntos, abrangem um trecho de cerca de 6 km.
Polêmica – Um dos pontos mais polêmicos e que ainda está em discussão é o traçado da avenida Parque do Barbado nas proximidades da Universidade Federal de Mato Grosso. O gerente de Obras Públicas da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Valmi Lima, defende que o traçado da avenida passe por cima do córrego para preservar a área verde da universidade.