O Comando da Aeronáutica afirma que algumas das medidas anunciadas ontem à tarde, pelo comandante brigadeiro Juniti Saito, já começaram a ser colocadas em prática. Em nota divulgada, a Aeronáutica afirma que as iniciativas vão evitar, ao longo do fim de semana, um efeito cascata dos atrasos acumulados nos últimos três dias. A Infraero calcula que, após o atraso de uma hora em um vôo, a linha demora em média cinco horas para ser normalizada.
O movimento já estaria normalizando-se, segundo a Aeronáutica. Relatório do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA) informa que o maior intervalo entre os vôos era de 30 minutos para aviões procedentes das regiões Sul e Norte, com destino a Brasília. Nas demais regiões, o movimento já era, segundo o CGNA, considerado normal.
Quatorze sargentos que atuavam como controladores de vôo foram afastados do Primeiro Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta-1), em Brasília. Nesta tarde, segundo a Aeronáutica, eles foram transferidos ao Comando de Defesa Aeroespacial Brasileira (Comdabra). Para substituir esses oficiais, controladores foram deslocados de outros órgãos operacionais para Brasília.
De acordo com a Aeronáutica, o remanejamento dos 14 controladores não é uma punição, mas sim uma medida para normalizar o tráfego aéreo. Identificados pelo próprio brigadeiro Juniti Saito como “lideranças negativas” para os demais, eles deixarão de monitorar o tráfego aéreo geral e passarão a atuar em uma área exclusivamente militar.
Outros profissionais ainda podem ser afastados, caso se neguem a executar suas funções. Para evitar que os problemas agravem-se com a falta de profissionais, quatro esquadrões do Primeiro Grupo de Comunicações e Controle já estão de prontidão para serem deslocados para onde forem necessários. Estes profissionais seriam deslocados de Natal (RN), Fortaleza (CE), Santa Maria (RS) e Canoas (RS).
A Aeronáutica ativou um centro e um posto militar para controlar o tráfego aéreo, empregando controladores vindos de outras unidades. O centro militar vai assumir o controle do tráfego na região sob a responsabilidade do Centro de Controle de Área (ACC) de Brasília, responsável por monitorar, por radar, as aeronaves que se encontram dentro de sua área de abrangência, que pode variar conforme a localidade. Já o posto militar foi implantado no Espírito Santo e vai assumir o controle no corredor São Paulo/Rio de Janeiro e região Nordeste.
Foram criados corredores especiais nos trechos São Paulo/Belo Horizonte/Brasília e Rio de Janeiro/Belo Horizonte/Brasília. Estes corredores serão utilizados caso seja necessário rotas especiais entre as cidades.