O juiz da 3ª Vara Criminal de Cáceres, Alex Nunes de Figueiredo, cobrou providências da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT) contra o advogado Everaldo Batista Figueira, responsável pela defesa da advogada Lucy Rosa da Silva, acusada de envolvimento com traficantes. Em decisão proferida ontem, além de determinar o retorno da acusada à prisão, o magistrado também estabeleceu que cópia da decisão e do CD de áudio com interceptações telefônicas fossem encaminhadas à OAB, para a adoção das providências cabíveis contra o advogado. Parte das gravações demonstra que, na última vez que esteve presa em Cuiabá, Lucy Rosa da Silva fez ligações telefônicas de dentro da prisão e que o acesso ao aparelho foi viabilizado por seu advogado.
Ontem, a advogada Lucy Rosa da Silva foi presa novamente, acusada de intimidar pessoas envolvidas no caso com o intuito de atrapalhar as investigações e a futura instrução criminal. A decisão foi tomada em consonância com o parecer o Ministério Público Estadual.
De acordo com a promotora de Justiça Januária Dorileo Bulhões, as investigações realizadas pela Polícia Federal comprovam que, após ter sido liberada em razão de uma decisão monocrática do Tribunal de Justiça, a advogada entrou em contato via telefone com testemunhas envolvidas no caso para intimidá-las.
“Em liberdade, a representada (Lucy Rosa) poderá livremente aliciar testemunhas e eventualmente até ameaçá-las para que não colaborem com a Justiça, além de combinar versões com eventuais coautores, de modo que desde já se vislumbra prejuízos irreparáveis para a instrução criminal”, manifestou a titular da 3ª Promotoria de Justiça Criminal da Comarca de Cáceres, promotora de Justiça Januária Dorileo Bulhões.
A representante do Ministério Público ressalta que se as testemunhas não tiverem ampla liberdade para prestar suas declarações, narrando tudo o que efetivamente sabem acerca dos fatos em apuração, a instrução criminal será comprometida.