Os principais suspeitos de assassinarem Cleide Vanda Félix dos Santos, 40 anos, irão a júri popular, em data ainda a ser divulgada. A decisão de primeira instância, proferida pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Lucas do Rio Verde, em julho, foi mantida pelos desembargadores da Segunda Câmara Criminal do Tribunal de Justiça.
Ao pronunciar o ex-marido de Cleide, um caminhoneiro de 46 anos, e a mulher dele, 45, a Justiça decidiu que deveriam ir a julgamento por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil, meio cruel, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e contra mulher em razão de gênero. Também foram pronunciados por ocultação de cadáver.
A defesa do homem recorreu, pedindo absolvição sumária do crime de ocultação de cadáver e exclusão das qualificadoras. Já a mulher decidiu não recorrer, entendendo que isso prorrogaria a prisão provisória. Ao negarem o recurso, os desembargadores destacaram que a sentença de pronúncia deve ser mantida quando houver “existência de prova da materialidade delitiva e de indícios suficientes de autoria”.
Conforme Só Notícias já informou, Cleide foi morta, em junho do ano passado. Ela ficou desaparecida por 18 dias e o corpo foi encontrado em um matagal. O delegado de Polícia Civil Daniel Nery confirmou, na época, que o assassinato de teve motivação passional e com tráfico de drogas. Segundo esta versão, a vítima mantinha relacionamento com o principal suspeito do homicídio. “Ela contraiu dívida de drogas e prometeu aos traficantes que honraria com os bens da casa. Ele se separou e levou estes bens embora. Então, ficou esse impase de bens e a dívida com os traficantes (valor não informado). Ele passou a receber ameaça dos traficantes para honrar com essas dívidas. Na cabeça dele, matando a Cleide ele quitaria essa dívida”, afirmou, na ocasião.
A polícia descobriu que o principal suspeito dominou Cleide, a colocou no carro e a levou a cerca de 10 km da cidade onde ela foi morta. O delegado informou ainda que a esposa do assassino “estava junto e ele mesmo relata que ela, apesar de não ter descido do veículo, queria ver a vítima morrendo”. A versão do casal é que ao ser dominada, ela gritou por socorro e eles disseram que iria conversar. Daniel Nery apontou ainda que o crime foi com requintes de crueldade (Cleide levou golpes de facão no abdômen). “Ele é tão frio que não demonstra arrependimento e fez o que tinha que ser feito”. “A ajuda dela (esposa) foi intensa “, afirmou.
Cleide foi sepultada em Lucas.