A declaração do desembargador Marcos Machado atribuindo a membros de Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) a responsabilidade pelo vazamento de um diálogo por telefône entre ele e o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), não agradou a Associação Mato-grossense do Ministério Público (AMMP). Em nota, a entidade que representa promotores e procuradores de Justiça repudiou a postura do magistrado adotada durante uma sessão de julgamento no Tribunal de Justiça de Mato Grosso.
Machado afirmou que foi vítima de escutas telefônicas clandestinas na modalidade barriga de aluguel, pois argumentou que o ex-governador e seus familiares tiveram os telefones grampeados mesmo não sendo alvos de investigações. Disse ainda que desde a divulgação do áudio, em setembro de 2015, ele vinha esperando a oportunidade de conseguir provas para acionar judicialmente os responsáveis.
Agora, em meio ao escândalo das escutas clandestinas operadas por um núcleo da Polícia Militar que resultou na prisão de um coronel e um cabo da PM, o desembargador anunciou que avalia processar o promotor de Justiça Marco Aurélio de Castro que era o chefe do Gaeco e pedir reparação de danos morais. Ele citou também a juíza Selma Rosane Santos Arruda que autorizou as interceptações envolvendo Silval Barbosa e familiares naquela época.
Na nota de repúdio contra Machado, a AMMP atesta que membros do Gaeco em nenhum episódio e tampouco nas interceptações relacionadas aos familiares do ex-governador Silval Barbosa, adotaram quaisquer artifícios para obtenção de provas ilegítimas ou para sua divulgação indevida.