Três horas. Este foi o período que uma audiência de conciliação promovida pelo Fórum da Comarca de Nobres (região Médio Norte) levou para pôr fim a uma ação judicial que tramitava há 26 anos. O acordo formalizado entre uma empresa agropecuária e o Banco do Brasil local foi fechado em R$ 1,4 milhão. O que representa a redução de R$ 1 milhão no valor total devido.
As negociações iniciaram durante o mutirão financeiro realizado entre os dias 15 e 19 de agosto, no fórum. A ação faz parte da parceria firmada entre a comarca, a instituição bancária e o Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec). O processo referente ao empréstimo feito pela empresa tramitava desde 1990.
De acordo com o juiz responsável pela comarca, Raul Lara Leite, o caso era um dos mais complexos e longos do Foro e foi encerrado em decorrência da utilização do método autocompositivos. “Graças à conciliação e mediação conseguimos fazer com que as partes envolvidas no processo entendessem que poderiam resolver a questão de forma benéfica para ambos. Que ninguém estava mais preparado para concluir o litígio que eles mesmos. Este é o empoderamento que o método oferece para quem o adota”.
Caso a ação ajuizada prosseguisse, a fazenda pertencente aos proprietários da empresa agropecuária iria a leilão nos próximos meses. A dívida total era de R$ 2,4 milhões.
Os números confirmam o sucesso das técnicas aplicadas, segundo o magistrado. Em duas semanas, o montante negociado em dois mutirões chegou à quantia de R$ 4,5 milhões. “Uma mostra de que a melhor saída é a busca pela pacificação social, que é o caminho mais rápido para garantir a Justiça a todos”.