A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) intensificou as ações de prevenção de queimadas nos municípios mato-grossenses. Dados de monitoramento via satélite de referência do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam um aumento de 11,74% no registro de focos de calor no período de 1º de janeiro a 22 de junho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. O número de focos de calor passou de 4.215 no ano passado para 4.710 este ano. É importante ressaltar, no entanto, que não há uma relação direta entre queimadas e foco de calor.
No dia 30 deste mês, o Comitê do Fogo vai realizar uma audiência pública em Feliz Natal, município que está em segundo lugar no ranking de maior número de focos. A proposta é orientar a população e os produtores rurais sobre os riscos do manejo inadequado do fogo, principalmente no período proibitivo, que vai de 15 de julho a 15 de setembro.
"Nós vamos conversar com os moradores sobre as penalidades para quem comete crimes ambientais. Também mostrar que é possível utilizar outros métodos de manejo do solo sem usar o fogo, já que ele é extremamente prejudicial ao meio ambiente e, especialmente, à saúde das pessoas que residem na região", explicou o secretário-executivo do Comitê do Fogo e tenente coronel do Corpo de Bombeiros, Hector Péricles.
Conforme o superintendente de Geoinformação e Monitoramento Ambiental da Sema, Gabriel Vitoreli, que subsidia as ações do Comitê do Fogo junto aos municípios, dados do satélite de referência do Inpe mostram que desde 2010 há uma variação ascendente nas ocorrências de focos de calor em todo Estado. Nos anos de 2013 e 2012, por exemplo, foram registrados 3.068 e 3.153 focos, respectivamente, valores 53,52% e 49,38% menor que este mesmo período (janeiro a junho de 2015). Mas o percentual mais significativo ocorre em relação a 2011, quando foram registrados 2.035 focos de calor, ou seja, 131% a menos que este ano.
“Nós temos satélites que captam a informação do foco, depois cruzamos essas informações com o nosso banco de dados para verificar se têm cadastro ambiental rural, se é unidade de conservação, terra indígena ou assentamento rural. Depois, passamos para o Comitê do Fogo e para a área de fiscalização para tomar providências”, frisou Vitoreli.