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Ações ambientais em Lucas R. Verde são destaque em jornal americano

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A iniciativa de reduzir o desmatamento na região de Lucas do Rio Verde, com o plantio de árvores em áreas abertas foi destaque, nesta semana, no jornal americano Washington Post que descreveu as novas ações de reflorestamento e recuperação de áreas por fazendeiros e produtores rurais do município com a missão de reservar um terço das fazendas para a vegetação nativa.

A reportagem do jornal americano destaca ainda dados estatísticos sobre a redução do desmatamento no país e objetivo para os próximos anos. O noticiário aponta também as discussões entre os meios que buscam mudanças no código florestal brasileiro ( que exige atualmente que 80% das terras na Amazônia sejam reservados para espécies nativas). Mato Grosso foi destacado ainda como celeiro agrícola e, Lucas, como uma das cidades mais prósperas.

Eis a íntegra da notícia do Washington Post

Considerando o futuro, agricultores do Brasil começam o reflorestamento.

Lucas do Rio Verde – Brasil – por quase 20 anos, Luiz Alberto Bortolini livrou-se de árvores e plantou soja tão rápido quanto pôde, um dos muitos pioneiros que transformaram esta terra estéril em fazendas prósperas.
Agora ele e centenas de outros fazendeiros bem sucedidos estão replantando árvores como parte de uma iniciativa ambiciosa para reduzir o desmatamento. O objetivo deles – reservar 1/3 de suas fazendas para a vegetação nativa – é revolucionário em uma região muito resistente a controles ambientais. “Isto tinha que acontecer, tão logo quanto possível”, disse Bortoline, 50, que agora tem uma fazenda de 6.200 acres. Isto é do interesse dos fazendeiros porque o fazendeiro é o que mais depende do meio ambiente. A iniciativa, impulsionada pelo mercado e pela nova pressão dos reguladores, vem ao governo considerar asa propostas para reduzir drasticamente a destruição da floresta que tornou o Barsil um produtor líder em gases de efeito estufa. No início deste mês, o Brasil disse que cortaria as emissões em 38,9% os níveis projetados até 2020, uma promessa designada para encorajar outros países a tomar medidas importantes para o próximo mês na Cúpula do Aquecimento Global em Copenhague.

“Eu acho que eles estão se movendo no sentido que é essencialmente uma posição não-desmatamento até 2030”, disse David Cleary, que supervisiona as estratégias de conservação na América Latina para a Nature Conservancy, uma organização internacional de conservação. “Esta é a maneira além de qualquer compromisso que o Brasil fez no desmatamento antes”. Já, o desmatamento, caiu pela metade no Brasil desde 2006, com a ameaça de sanções contra o fazendeiros e melhor execução das regularizações ambientais, restringiu as queimadas e motosserras usadas para destruir árvores por toda a maior floresta tropical do mundo. Ainda assim, uma parte da floresta do tamanho do estado de Connecticut foi destruída ano passado. Ambientalistas também preocupam-se com os projetos de pavimentação das estradas na Amazônia e sobre a construção de barragens hidroelétricas em regiões agrestes.

Enquanto isto, um grupo de parlamentares está fazendo pressão para afrouxar o código florestal do país, uma lei de proteção ambiental exige que fazendeiros da Amazônia reservem 80% de suas terras para espécies nativas.
“Esta é uma boa ilustração das contradições rígidas em jogo no Brasil dos negócios amigáveis e círculos políticos de espírito de conservação”, disse Christian Poirier, coordenador do programa para Amazon Watch. Projeto Nascentes como a iniciativa da cidade de Lucas, ele diz; são ameaçadas por forças que procuram atenuar o código e por extensão, atenuar os compromissos do Brasil em reduzir as emissões para entrar em Copenhage”. Mas há comunidades no Brasil onde fazendeiros e agricultores estão trabalhando com o meio ambiente para implementar projetos balanceando o desenvolvimento com conversão ambiental.

Eles são movidos por uma nova realidade: compradores de produtos agrícolas, desde soja a carne, requerem cada vez produtores para certificar práticas em favor do meio ambiente. Fazendeiros de Lucas, que vendem para os gigantes multinacionais como a Cargil e Bunge, foram rapidamente compreendidos. Fazendeiros lá, como fazendeiros em qualquer lugar são bastante conservadores – eles não são anjos ambientalista”, disse Cleary da Nature Conservancy. “Mas eles mudam quando sentem que é do interesse deles mudar”.

Entre os primeiros a chegar e liderar ações em Lucas, estava Marino Franz, que como muitos fazendeiros daqui, migraram para o Norte vindos do Sul mais populoso do Brasil. Ele chegou em 1980 e trabalhou com suas próprias mãos.
Hoje ele tem 25.000 acres espalhados e possui uma Usina que refina soja em etanol. Ele é também o prefeito.
“Eu percebi a preocupação que o consumidor europeu tinha em relação ao meio ambiente”, diz Franz. Eles estavam preocupados sobre o soja importado do Brasil. Funcionários de Lucas reagiram juntando com a The Nature Consercancy para desenvolver uma proposta para trazer os fazendeiros na linha com o código de regulamentação florestal, os quais eram raramente observados aqui e em qualquer outro lugar do Brasil. Nesta região, outrora um mosaico de savana e florestas, fazendeiros tem que reservar por volta de 35% de suas terras para a vegetação nativa. Como uma alternativa, eles podem pagar para proteger as florestas virgens longe de seu estado como compensação pelo desmatamento do passado, uma opção que muitos fazendeiros/agricultores, dizem preferir à mudanças e custos de replantar árvores.
Luciane Bertinatto Copetti, secretária de Agricultura e Meio Ambiente, disse que, primeiro as autoridades mapearam a região de 670 fazendas usando imagens de satélite e então encontraram com cada proprietário de imóvel. Aqueles fazendeiros, ela diz, tem um acordo coletivo para participar no esforço do replantio, que começou a alguns meses atrás. Aqueles fazendeiros jamais considerariam tal proposta a qual oferece nenhuma assistência financeira até recentemente teria parecido absurdo em um estado de ousados individualistas.

Apenas uma geração atrás, colonos vieram aqui para Mato Grosso, que literalmente significa moita, encorajados pelo governo que ofereceu empréstimo a juros baixos e labutando em campos no calor escaldante, distante de ferrovias e estradas pavimentadas. “Quando nós chegamos aqui, não havia leis então não havia instrução das instituições governamentais”, disse Bortolini, o fazendeiro. “Cada um fazia tudo o que pensava que podia fazer”. Hoje, Mato Grosso é um celeiro agrícola e Lucas é uma das cidades mais prósperas. A população da cidade está em torno de 50.000 habitantes, duas vezes mais que estava em 2000, e 485 empresas abriram este ano. Lucas poderia ser confundida por uma cidade agrícola americana – grande, amplas ruas, pequenas empresas, novas escolas públicas e concessionárias vendendo tratores John Deere.
Entre os primeiros fazendeiros que começaram o replantio, estava Darci Eichelt, 45, que chegou aqui em 1986.
Em uma recente manhã, ele dirigia sua caminhonete por uma estrada de terra através dos campos verdes de soja. Ele parou e caminhou até um grupo de árvores. Há um ano atrás, elas tinham apenas três pés de altura, ele disse; agora, algumas já alcançaram 10 pés de altura.
“Você pode imaginar tudo isso em 10 anos?, ele disse. Vai ser bonito!”

(Traduzida por Silvana Puziski)

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