sábado, 7/setembro/2024
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Acidentes geram gastos de R$ 1 bi apenas em Cuiabá e Várzea Grande

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Um bilhão de reais foi gasto em Cuiabá e Várzea Grande em consequência da violência no trânsito registrada entre os anos de 2004 e 2010. A estimativa dos custos por acidente, que envolve socorro, danos a veículos, atendimento hospitalar e previdência social, feita pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), quantifica as grandes consequências da direção imprudente adotada por motoristas. Em uma década, 9.280 pessoas morreram por violência no trânsito em Mato Grosso, situação que coloca o Estado em 2ª posição no ranking brasileiro, divulgado pelo Ministério da Justiça.

A estatística aponta o índice alarmante de 36,2 vítimas no trânsito para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a taxa de homicídio é de 31,8 vítimas para cada 100 mil habitantes. No ranking nacional, Mato Grosso fica atrás apenas do Tocantins, que tem taxa de 37,6 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.

O secretário da Sesp, Diógenes Curado, diz que a diminuição nos índices de acidente no trânsito passa por uma política de Governo. Ele diz que no Gabinete de Ação Integrada do órgão discute-se, entre várias esferas de poder, quais as necessidades para oferecer segurança a motoristas e pedestres. Segundo ele, na Capital o custo estimado de gasto por causa da violência chegou a R$ 800 milhões e, em Várzea Grande, R$ 200 milhões em um período de 6 anos.

Conforme a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), o custo por acidente de trânsito com feridos é estimado em R$ 17 mil e quando há ocorrência de vítimas, pode chegar a R$ 144 mil. O preço é amargo para as famílias e, em boa parte, poderia ser evitado com comportamento preventivo. Setenta por cento dos acidentes têm como uma das causas a imprudência.

"Vamos reativar a Companhia do Trânsito dentro do Batalhão da Polícia Militar e em 4 meses os agentes devem estar nas ruas de Cuiabá e Várzea Grande", garante Diógenes.

O gestor diz que os trabalhos serão compartilhados com a equipe do Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso (Detran). No entanto, não soube informar quanto são os servidores destinados para o trabalho.

Para evitar o tragédia, que é visível rotineiramente nas ruas, como o acidente que matou de uma só vez 5 pessoas esta semana na rodovia que dá acesso a Chapada dos Guimarães, o presidente do Detran, Teodoro Moreira Lopes, diz ser necessário investir em educação e para isso foi lançada a campanha "Trânsito Consciente pra Vida Seguir em Frente". Mas, diz que não pode ser deixada de lado a engenharia de trânsito e fiscalização. "Durante apenas 1 dia aplicamos 1.980 multas em Cuiabá em 20 blitzes realizadas".

Infração livre – Na Capital, a necessidade de fiscalização constante esbarra em falta de pessoal e de vontade política. Existem apenas 60 agentes de trânsito, atualmente, para dar conta da vigilância e autuação do comportamento imprudente de motoristas. Além disso, no rol da fiscalização, estão os radares eletrônicos, inativos na cidade e que são causa de polêmica entre os motoristas. Na opinião dos gestores, Diógenes Curados, Teodoro Moreira e do gestor da Secretaria Municipal de Transporte Urbano (SMTU), Edivá Alves, os dispositivos são essenciais e devem voltar. Há lei federal prevendo a instalação, mas no momento, o assunto depende de vontade política do prefeito Chico Galindo (PTB), que deve abrir licitação para aluguel dos radares.

O presidente da Associação dos Familiares de Vítimas de Violência, Heitor Geraldo Ryes, diz que as pessoas não querem multa, mas exigem mais segurança no trânsito. Na opinião das pessoas que perderam entes nas estradas, além das condições de estradas e de fiscalização, é necessário o respeito pela vida dos outros e a condenação justa de quem comete crimes. "Os parentes reclamam principalmente da impunidade, demora muito para ser julgado e temos casos que cestas básicas pagam uma vida".

Falta de estrutura – Além da ausência de fiscalização, Edivá admite que a cidade está em colapso e a situação só tende a piorar se nada for feito. "Cuiabá tem índice alarmante e condição física preocupante".

Segundo o secretário, para cada veículo emplacado existe 1,8 habitante. Ele compara que a proporção é menor do que em países da Europa, onde para cada pessoa já corresponde um veículo. Porém, afirma que a situação aqui é pior.

Edivá diz que a área coletiva, que seria disponível ao fluxo de veículos, não ultrapassa 25% em Cuiabá, enquanto em países como Portugal e França há mais espaços disponíveis para o trânsito e estacionamento. "A propriedade privada é maior que a coletiva".

Ele cita ainda que hoje 40% das ruas da cidade não têm asfalto, o que faz concentrar ainda mais o fluxo de veículos em rodovias asfaltadas. "Precisamos de infraestrutura, porque isso é um problema histórico em Cuiabá".

Educação – Na contramão dos gastos com a violência no trânsito, o Detran investe R$ 1,8 milhão em uma campanha de conscientização, que tem como garoto propaganda o pentacampeão de motocross estilo livre, Gilmar Flores, o Joaninha. O objetivo é percorrer as 10 maiores cidades do Estado fazendo distribuição de panfletos, realizando palestras e shows com o esportista. São elas: Cuiabá, Tangará da Serra, Rondonópolis, Alta Floresta, Barra do Garças, Primavera do Leste, Cáceres, Diamantino e Sinop. O público-alvo são jovens entre 20 e 29 anos, que mais são vítimas da violência urbana. O presidente do Detran destaca que o primeiro quesito importante é trabalhar com a direção defensiva junto aos motoristas, que atravessam o sinal vermelho ciente da infração, mas sem consciência dos riscos que pode causar.

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