Acaba a rebelião dos 28 presos de Sinop que estavam na ala laranja, que durou cerca de 70 horas. A confirmação foi feita, há instantes, pela comissão que estava negociando com os amotinados. Um preso foi morto. É Antonio Carlos de Farias, o Fofão, 35 anos. Ele tinha sido transferido em janeiro do Carumbé, em Cuiabá. Os três carceireiros Altair Oliveira, Antonio Carlos Santos e Alexandre Jardim, que estavam reféns desde quinta-feira no início da tarde, foram liberados sem ferimentos, embora bastante debilitados.
Um dos presos envolvidos no motim seria integrante do PCC – facção criminosa que surgiu em São Paulo e envolvida em crimes violentos. A polícia acredita que, além de querer um afrouxamento nas regras, alguns queriam se firmar como líderes do presídio, que entrou em funcionamento mês passado.
O tenente coronel Gilson Farid, do BOPE (Batalhão de Operações Especiais) de Cuiabá disse a estratégia da comissão de negociação prevaleceu sem que os pedidos de transferência de presos, visitas íntimas nas celas, autorização para entrada de televisores e ventiladores e não uso de uniformes, dentre outras, fossem atendidos. Apenas duas reivindicações foram aceitas: visita quinzenal da comissão de direitos humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e exames periódicos de corpo de delito porque alguns detentos estariam sendo espancados.
O tenente coronel disse que não houve invasão no presídio e que os presos foram vencidos pelo cansaço. Só Notícias apurou que o estoque de comida e água desde ontem tinha acabado. “A morte deste preso foi ocasianada pelos próprios detentos e cabe a direção do presídio identificar os responsáveis”, disse Farid
Os parentes dos três carceireiros reféns puderam, agora há pouco, entrar na ala administrativa do presídio delegado Ferrugem para vê-los. Daniel Jardim, pai do carceireiro Alexandre Jardim, saiu emocionado. “Fiquei contente com o trabalho da polícia. Meu filho está bem. Abracei ele e disse que estou muito feliz por ele estar bem”, afirmou o pai.
Agora será feita uma limpeza geral na ala laranja. Os presos acabaram destruindo as grades das celas que deverão ser soldadas novamente. Parte das paredes também foi danificada. A direção da cadeia deverá identificar os envolvidos na rebelião que poderão ser divididos em outras alas.
(Atualizada às 15:13hs)