A secretaria estadual de Meio Ambiente informou, neste domingo, que dos 1.645 animais resgatados e encaminhados a Sema, ano passado, 76 não puderam voltar para a natureza e estão sob guarda credenciada. A guarda de animais silvestres é concedida ao cidadão que esteja devidamente cadastrado no órgão ambiental e assuma voluntariamente o dever de cuidador, quando constada a impossibilidade do animal ser reinserido na natureza.
Este ano, o cadastro de novos guardiões está aberto e quem deseja ser deve residir em Mato Grosso e preencher cadastro para análise de perfil, fornecendo cópia de documento de identidade oficial com foto e CPF, comprovante de endereço, requerimento de guarda, relação dos grupos taxonômicos ou espécies de interesse, quantidade de espécimes por grupo ou espécie de interesse. É preciso informar os dados sobre o local disponível para alojamento do animal e declaração de que o interessado é capaz de arcar com as despesas do espécime
A guarda provisória tem validade de seis meses e só é concedida para aqueles que não tenham sido autuados por crime ambiental. “O servidor vai até a residência do candidato ver as condições do local para receber o animal em questão. Sendo feita a avaliação e a visita técnica aprovada, os documentos vão para nossa base de dados e o candidato receberá o animal quando houver a disponibilidade”, explica o coordenador de Fauna e Recursos Pesqueiros da Sema, Eder Toledo.
“Importante frisar que esses animais não vão para os guardiões para tratamento. São aqueles que já se recuperaram de algum quadro clínico, mas que tiveram inviabilizado o retorno para a vida livre por alguma sequela”, acrescenta Toledo.
A assessoria da Sema informou que Irene Bernardino Giostri é cadastrada como guardiã há 4 anos. Atualmente, possui 64 animais em casa, entregues de vários períodos dessa parceria. Ela já ficou responsável por tamanduá mirim, tamanduá bandeira, anta, lobete, coruja, falcão, gavião, pato, tucano, papagaio, arara, tartarugas, gambá, pássaros, macaco prego, sagui, porco espinho, quatis, veado, guaxinim e capivara.
“A primeira guarda foi de dois macacos, um ano depois mudamos para uma chácara e recebi a visita da Sema novamente, então comecei a fazer mais viveiros para pode ajudar mais”, conta a guardiã. “O trabalho exige dedicação, mas a gratidão de ter a oportunidade de vê-los bem não tem preço. Sou muito grata em poder fazer algo a esses animais. Cada soltura é de arrepiar, só quem vive é capaz de sentir”, afirma.
Em 2023, a Gerência de Fauna da Sema atendeu 1.299 animais, 23 a mais do que no ano anterior, quando foram atendidos 1.254, conclui a assessoria.