Há cerca de 60 dias, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) de Mato Grosso, desencadeou a Operação Desmate, que consiste na fiscalização do desmatamento ilegal de áreas florestais em todo o Estado.
Nesses dois meses de trabalho, a equipe de 10 fiscais, contando com o auxílio de um helicóptero do Exército, já notificou 80 propriedades na área de 200km que compreende os 32 municípios da Regional do Ibama de Sinop. Destas, 67 foram autuadas sob a penalidade de pagamento de multa, 10 estavam irregulares e 3 já haviam sido autuadas em operações anteriores.
Só Notícias apurou que um total de 46.089 hectares de terra foram desmatados irregularmente, ou seja, os proprietários não têm autorização do Ibama para fazer o desmatamento. Toda essa área gerou R$ 67.888.124 em multas, que não são destinadas totalmente para o cofres do Ibama.
“Se o Ibama ficasse com todo esse dinheiro não estaríamos trabalhando nessas condições precárias. Boa parte do valor dos autos de infração vai para um fundo único do governo e depois é distribuído em outros projetos”, disse, ao Só Notícias, a analista ambiental e responsável pela fiscalização do Plano de Combate e Controle do Desmatamento Ilegal da Amazônia do Ibama em Sinop, Lívia Paz.
Ela informou ainda que o proprietário autuado tem 20 dias para recorrer a medida de infração ou pagar o valor da multa com 30% de desconto. Caso não pague a multa será notificado pela justiça.
Segundo a analista, o Estado de Mato Grosso é formado por três tipos de áreas. De cerrado, na qual o proprietário tem que preservar 35%, de Florestas e de Transição, em ambas o proprietário tem que preservar 80%. “Quem compra terras, já compra pensando que tem direito de desmatar 50% do seu total. Se isso fosse permitido, teríamos menos áreas florestais do que hoje, já que Mato Grosso é responsável por quase 50% do desmatamento da Amazônia Legal”, completa.