Quase 500 doações de campanhas suspeitas foram feitas em Mato Grosso, em 2016. A informação vem de um relatório feito pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em conjunto com o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Receita Federal. O trabalho detectou que das 38.985 doações para candidatos de todo o país, com indícios de irregularidades, 479 são de Mato Grosso. Foram analisadas as movimentações financeiras dos candidatos até 1º de setembro. Dos casos 24 são do município de Planalto da Serra, 42 casos de Cuiabá; 24 de Rondonópolis; 61 ocorrências no município de Sorriso; e 13 em Várzea Grande.
O TSE e o TCU vão enviar ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) relatórios semanais sobre as irregularidades detectadas. As informações serão anexadas ao processo de prestação de contas de campanha e poderão ensejar a abertura de outros processos contra os candidatos. Além da reprovação das contas, as irregularidades apontadas nestes relatórios podem resultar em processos por abuso de poder econômico e outros crimes.
O relatório identifica 12 tipos de irregularidades. Entre elas estão empresas fornecedoras de serviços para campanha eleitoral, com número reduzido de empregados, indicando indícios de falta de capacidade operacional.
Houve ainda beneficiário do Bolsa Família que doou R$ 270 para um candidato e doadores que não possuem, na sua declaração de imposto de renda, capacidade para doar o montante declarado, respeitado o limite de 10% previsto em Lei. Os nomes dos candidatos e dos doadores só poderão ser divulgados após a investigação a ser conduzida pelo Ministério Público Eleitoral.