A “lei do ex”, muitas das vezes, é implacável no futebol brasileiro. Quando o “ex” em questão está em boa fase então. O Vasco sofreu com Thiago Galhardo, que defendeu o clube em 2018 e trechos de 2019. O Internacional é só alegria com Galhardo, principal figura do time no ano, não apenas na vitória por 2 a 0 sobre o Gigante da Colina, há pouco, no Beira-Rio, pela 17ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o resultado, o Colorado pulou para a liderança da competição, com 34 pontos, e jogou pressão no Atlético-MG, que enfrenta o Bahia, fora de casa, nesta segunda-feira, e precisa vencer para retomar o posto.
O Vasco mergulhou numa “viagem” pelo tempo, vendo o passado, sofrendo com o presente e esperando dias melhores no futuro. O passado na figura de Thiago Galhardo. O presente com mais uma derrota no Brasileiro, ampliando para seis jogos a sequência sem vencer pelo torneio. Já o futuro fica a cargo do técnico português Ricardo Sá Pinto. Ele assistiu ao jogo da arquibancada e viu que terá muito trabalho pela frente. O Gigante da Colina foi comandado pelo auxiliar Alexandre Grasseli contra o Inter.
Sá Pinto foi apresentado nesta sexta-feira. Se for regularizado a tempo, irá comandar o time à beira do gramado na quarta-feira. Contra o Internacional, deve ter observado que precisa recuperar, de cara, a confiança do Vasco. A sequência de seis rodadas sem vencer, sendo cinco derrotas e um empate, pesa. Além disso, a consistência defensiva que a equipe chegou a mostrar com Ramon Menezes sumiu há tempos. E o ataque continua sem funcionar, devido à falta de criatividade e inspiração.
Com mais uma derrota, o Vasco não consegue se distanciar da zona da degola. O Gigante da Colina está na 13ª colocação, com 18 pontos, apenas dois a mais do que o Athletico-PR, primeiro clube no Z-4. O clube carioca disputou 15 jogos pelo torneio e tem duas partidas a cumprir, que foram adiadas.
Na próxima rodada, o Vasco encara o Corinthians, nesta quarta-feira, às 21h30, em São Januário. O jogo pode marcar a estreia do técnico Ricardo Sá Pinto. Já o Internacional tem mais um carioca pela frente e faz um confronto direto no topo da tabela com o Flamengo, domingo, às 18h15, no Beira-Rio. Antes, o Colorado volta as atenções para a Libertadores: enfrenta a Universidad Católica, no Chile, na quinta-feira, às 21h30.
O Inter logo assustou com Thiago Galhardo. Após cruzamento de Rodinei, o meia cabeceou e obrigou Fernando Miguel a espalmar, aos 11 minutos. Superior, o Colorado abriu o placar aos 24 minutos. Galhardo ajeitou para Edenílson, que, na entrada da área, chutou no canto: 1 a 0.
O Vasco não conseguia criar e via o Inter descer com perigo. Abel Hernández cabeceou para fora, após cruzamento de Rodinei. E o centroavante apareceu na sequência, ao tocar para Galhardo, que foi derrubado por Leandro Castán: pênalti. O próprio Galhardo cobrou e fez 2 a 0, aplicando a “lei do ex”. Foi o 14º gol dele no Brasileiro. É o artilheiro do torneio.
O único lance de perigo do Vasco no primeiro tempo aconteceu com Cano. Ele carregou a bola e chutou de fora da área. A bola passou à direita de Marcelo Lomba. Pouco.
O Gigante da Colina voltou melhor e tentou pressionar o Inter. Cano, em nova finalização, levou perigo ao gol de Fernando Miguel. A resposta do Colorado foi com quem? Ele mesmo. Galhardo aproveitou cruzamento da esquerda e obrigou Fernando Miguel a salvar o terceiro. Cano teve mais uma chance para marcar, mas chutou em cima de Lomba, após cruzamento de Benítez.
O técnico Alexandre Grasseli fez a primeira mudança e tornou o Vasco mais ofensivo. Ele lançou o atacante Guilherme Parede na vaga do volante Marcos Júnior. Fernando Miguel foi obrigado a trabalhar de novo, em chute de fora da área de Edenílson.
Depois de brilhar no primeiro tempo e aplicar a “lei do ex”, além de dar uma assistência, Galhardo deu lugar a D’Alessandro. Coudet aproveitou a vantagem para rodar o elenco de olho na maratona de jogos.
Apesar da melhora na etapa final, o Vasco apresentou pouco diante do Internacional e amargou mais uma derrota no Brasileiro. Agora, começa o futuro com Sá Pinto.