Há dois meses, quando Valdivia se reapresentou com quatro dias de atraso após as férias alegando que treinou durante seu descanso, Gilson Kleina repreendeu o chileno publicamente citando desrespeito até com seus colegas. Hoje, o meia tem certeza do apoio do elenco porque viu quase todos os jogadores formarem um paredão à sua frente e evitar que ele se machucasse no aeroporto de Buenos Aires.
"Falam que não me dou bem com o elenco, mas, se não fosse pelos meus companheiros, eu ia apanhar tanto que nem estaria aqui hoje. Se não fossem eles, eu ia apanhar muito ontem (quinta-feira)", lembrou o camisa 10.
A ação ocorreu quando cerca de 20 membros da Mancha Alviverde correram para agredir Valdivia. Com exceção de alguns que pareciam desatentos à confusão, como Marcelo Oliveira, atletas e membros da delegação se colocaram à frente do chileno inclusive após um dos seguranças do clube escondê-lo no banheiro.
A ação causou prejuízo em Fernando Prass, acertado pelos estilhaços de uma das xícaras atiradas contra o chileno – precisou levar três pontos na cabeça. "Agradeço meus companheiros pelo que fizeram e também integrantes da comissão técnica, que ficaram na frente, roupeiro, segurança… Teve até gente que não tinha nada a ver que ficou ali dando apoio. Agradeço muito", falou Valdivia.
Nesta sexta-feira, como confirmou até o recém-chegado zagueiro André Luiz, os problemas no aeroporto de Buenos Aires foram assunto no treino não só nas reuniões com diretoria e comissão técnica, mas entre os atletas. Já na viagem da Argentina para o Brasil, muitos comentaram o caso.
Mas, segundo Valdivia, mesmo quem ficou em São Paulo não se mostrou surpreso. "Claro que conversamos sobre o que aconteceu, mas a maioria dos jogadores que ficaram aqui é da casa, sabem como é. E também não deu muito tempo para falar disso", disse o meia.