A exatamente um mês da abertura da Copa do Mundo, que acontecerá na Arena Corinthians, no jogo entre Brasil e Croácia, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, concedeu uma entrevista para o site da entidade máxima do futebol brasileiro. Um dos pontos abordados pelo dirigente foram as críticas sobre a realização do Mundial, que, segundo ele, não podem ser direcionadas à Fifa.
“A Copa do Mundo é uma maneira de acelerar uma série de investimentos em um país. É fácil criticar a Fifa, é fácil usar a Copa das Confederações ou a Copa do Mundo para organizar manifestações. Mas se o alvo é a FIFA porque ela é a causa do que está acontecendo no país, ele está errado. Se um país se candidata à Copa do Mundo, é com a ideia de se desenvolver. A ideia não é destruí-lo”, disse Valcke.
Criticado após dizer que o Brasil não é a Alemanha e que os turistas serão os maiores desafiados por causa da dificuldade de locomoção durante o Mundial, o dirigente amenizou os problemas desta vez, e preferiu exaltar as qualidades brasileiras.
“Eles (turistas) podem esperar um grande torneio. É nisso que estamos trabalhando. E eles podem esperar encontrar o Brasil, um país incrível. Um país que tem música, samba e uma série de coisas que o tornam único no mundo. Meu conselho é que os torcedores preparem sua viagem, que evitem tomar decisões de última hora”, afirmou.
“Curta o Brasil do jeito que o Brasil é. Se, em alguma cidade, disserem que você não deve andar por certos lugares, é o que você deve fazer. Existem áreas e partes da cidade às quais você não irá. Não é só no Brasil, em todo o mundo é assim”, declarou.
Valcke ainda exaltou o interesse dos brasileiros pela Copa do Mundo e comemorou a procura “incrível” por ingressos.
“Para os torcedores, ainda existem uns poucos, porque há a última fase de vendas. Sempre dá para tentar encontrar um ingresso, mas é bem limitado. Não acho que já tenhamos tido tantas solicitações de ingressos. Para a partida de abertura em São Paulo, os responsáveis pela hospitalidade estão anunciando 14 mil convidados. O grau de interesse do mundo e do Brasil é enorme. O Brasil adora a Copa do Mundo. A maioria dos ingressos foi vendida a brasileiros, porque eles adoram futebol”, disse.
Sobre a disputa em si, o francês Jérôme Valcke adotou o tom político e expressou seu desejo de que o Brasil seja um dos finalistas e “até mesmo ganhe a Copa do Mundo”.
“Existem seleções muito boas, e vai ser muito difícil prever quem jogará a final. Existem várias outras boas equipes (além do Brasil): Alemanha, Argentina, Portugal… E também a França, que sempre pode jogar bem. Espero que ela vá melhor do que na África do Sul. Os sul-americanos são fortes, assim como os europeus. Todos são fortes”, completou.