No dia seguinte à sua volta ao Palmeiras, Valdivia teve o diretor executivo José Carlos Brunoro avisando que o clube o apoiará juridicamente para processar o Al Fujairah. Durante 1h10 de entrevista, o chileno se mostrou revoltado com a equipe dos Emirados Árabes Unidos. Disse não ter assinado contrato nem acertado luvas, mas culpou o Ramadã, feriado islâmico, ouviu rumores de que seu dinheiro será usado para hospitais e prometeu ir à Justiça.
“Eu e o Palmeiras fomos enganados. Fui exposto ridiculamente, falando com a imprensa árabe, posando com xeque e com a camisa do clube, submetido a exames médicos, tirei meus filhos da escola, acertei as mudanças para Dubai. Fui tratado como criança e não vou deixar passar”, disse Valdivia, que passou as últimas semanas na Disney e se surpreendeu com os argumentos para melar a negociação.
“A pessoa que levava a negociação comigo falou, na minha volta, que o pai do xeque teria tirado o apoio do filho porque era muita grana que poderia ser utilizada para construir hospitais, escolas. Deixaria o filho sozinho com as negociações nesses termos”, relatou.
Valdivia não treinava desde a metade de julho. Relatou que viajou para os Emirados Árabes Unidos, foi recebido por uma multidão, conheceu dirigentes e jogadores do Al Fujairah e, como já tinha feito ao acertar com o Al Ain em 2008, foi para as férias sem assinar contrato. A diferença ocorreu ao voltar da Disney e saber que a transação não se concretizou.
“Quando voltei dos Estados Unidos, fiquei surpreso com o que aconteceu. O Palmeiras assinou o documento de que vende o jogador e o Al Fujairah assinou outro que compra, tudo com carimbo do clube. Tentamos entrar em contato e não tivemos resposta. O Palmeiras está há mais tempo querendo se comunicar com o Al Fujairah e não tem notícias”, relatou.
“Não chegamos a assinar contrato porque, infelizmente, no país era o Ramadã. Para o Palmeiras, passaram a informação de que não aceitei os valores, mas é mentira. Tenho provas de que acertamos os valores econômicos e as mostrei para o Palmeiras. Assinei documento que também tem a assinatura do xeque de que aceitei os valores econômicos oferecidos. Só estavam por serem definidos os termos de pagamento, luvas, adiantamento”, continuou.
Valdivia diz ter ouvido de especialistas em direito esportivo que terá razão se entrar na Justiça, independentemente de não ter assinado contrato com o Al Fujairah. Tem o apoio do Palmeiras para processar o clube dos Emirados Árabes Unidos. E a conclusão é que a transação de 5,5 milhões de euros não vai mais acontecer.