Por gratidão, o técnico Emerson Leão anunciou que está deixando o São Paulo na noite desta segunda-feira. No dia que o clube recebia as medalhas e festejava a conquista do título paulista, o comandante tricolor confirmou a ida para o Vissel Kobe, do Japão.
O treinador tomou a decisão momentos depois de assistir ao treino do São Paulo no CCT da Barra Funda, no qual sua possível saída nem era comentada. Os últimos detalhes de sua saída serão acertados durante um almoço com o presidente Marcelo Portugal Gouvêa, nesta terça-feira.
Leão deve se despedir do elenco durante o treinamento da manhã e viajar para o Japão na próxima quarta. “Tive dois contatos com o presidente e conversamos sobre a minha saída”, afirmou o treinador, que encontrou o mandatário tricolor durante a premiação aos melhores do Campeonato Paulista na noite desta segunda-feira, em uma casa de shows em São Paulo.
Ele garante que sua saída foi motivada por aspectos pessoais. “Não estou deixando o clube em função dos resultados. Tenho uma dívida com uma pessoa no Japão e ela está em dificuldades”, explicou.
Essa pessoa é Yasutoshi Miura, que se aposentou dos gramados em 2003. Como jogador, ele atuou como zagueiro na primeira passagem de Leão pelo Japão, quando o brasileiro comandou o Shimizu S-Pulse em 1992, e também na passagem do técnico pelo Verdy Kawasaki, hoje Verdy Tokyo, entre 1996 e 1997.
Atualmente, Miura é diretor-geral de futebol do Vissel Kobe, que ocupa a 17ª e penúltima posição do Campeonato Japonês, com cinco pontos. “Essa pessoa me ligou pedindo para eu ir. Foi meu atleta, gosta muito de mim e eu não podia deixar de ajudá-lo”, comentou o ex-técnico são-paulino, que já havia sido procurado pelo mesmo dirigente em novembro do ano passado, mas recusou a oferta.
Por incrível que pareça, o próprio Emerson Leão não esperava tomar essa decisão. “Eu também estou surpreso com minha saída do São Paulo, não fazia parte do meu projeto sair do Brasil neste momento”, declarou o treinador.
Apesar de não declarar, o técnico teria recebido uma oferta de US$ 2 milhões por ano em salários para topar o desafio de assumir o vice-lanterna da J-League. Será a terceira vez que Leão dirige uma equipe nipônica. Além do Shimizu S-Pulse, onde conheceu Miura, o paulista comandou o Verdy Kawasaki, entre 1992 e 1994, e 1996 e 1997.
Ele aposta no sucesso do Tricolor durante o restante da temporada. “O São Paulo tem tudo para ser campeão da Copa Libertadores. É um grupo unido, com objetivos definidos”, afirmou Leão, que será substituído pelo auxiliar Milton Cruz no confronto com a Universidad de Chile, nesta quinta-feira, pela Copa Libertadores da América.