“Vocês não vai marcar o gol aí ???. Nós vamos apagar as luzes do estádio…”. Esta frase, segundo o presidente mixtense Júlio Pinheiro, foi uma das várias mensagens que ele recebeu em seu telefone celular, no domingo, enquanto a partida entre Mixto e Luverdense transcorria no verdão, simultaneamente à Barra x União, no Zeca Costa.
Assim, o presidente mixtense afirmou, em entrevistas concedidas às rádios CBN e Cultura, na manhã de ontem, na capital, que o Barra “entregou o jogo para o União se classificar às finais”.
“Eles iam cantando o que ia acontecer. Como é que vamos resgatar a credibilidade do futebol de Mato Grosso dessa maneira?”, questionou o presidente, que no entanto, na semana passada, admitiu que os jogadores do seu clube receberam um “incentivo” do Luverdense, para baterem o próprio União, adversário das finais de quinta e domingo próximos.
Quem acompanhou a transmissão das emissoras de rádio no domingo, percebeu que, além de retardar o início da partida, em Barra, os times locais utilizaram de vários artifícios extra-campo para definir o resultado que interessava a um dos finalistas. Entre as “estratégias” foi adotado até um “apagão” – comum nos anos 60 e 70 em estádios do interior do país, mas que conseguiu paralisar em 20 minutos a partida. Quando o Mixto abriu o placar no Verdão, aos 25 minutos do segundo tempo, o placar era de 2 a 2 em Barra, e logo em seguida, Serginho marcou o gol da vitória para o União.
Se houvessem provas de toda a manipulação denunciada por Pinheiro, e o Tribunal de Justiça Desportiva da CBF, fizesse valer o CBJD, União, Barra e o próprio Mixto estariam eliminados do Campeonato. “Dar ou prometer qualquer vantagem à associação, dirigente, técnico ou atleta, para que ganhe ponto em competição, a fim de favorecer ou prejudicar terceiro” , diz o Artigo 242 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva.
Nos bastidores, foram fortes no domingo e principalmente ontem, os comentários de que o União também “investiu” alto contra uma vitória do Luverdense na capital, sobre o Mixto. Ainda assim, Júlio Pinheiro alega não ter dinheiro para pagar duas folhas atrasadas que somam R$ 96 mil.