Se manter por um certo tempo como treinador de um time no futebol brasileiro é algo que pode ser considerado uma raridade. Em especial, em centros considerados periféricos, onde a maioria dos clubes trabalha com projeção a curto prazo. E, em Mato Grosso, a diretoria do Cuiabá e o técnico Ary Marques são uma exceção.
Neste mês, Marques têm motivos de sobra para comemorar. Ele completou dois anos à frente do comando técnico do Dourado. Ele chegou no clube em janeiro de 2010, após o Cuiabá ter obtido o acesso à primeira divisão depois de três anos licenciado – o time foi vice-campeão da Segundona de 2009, perdendo o título para o Mixto. Com nova filosofia de trabalho e sem mais a participação do ex-jogador Gaúcho, um dos fundadores do clube, a equipe não foi bem. Não passou da primeira fase do Estadual daquele ano, com o União de Rondonópolis conseguindo o feito inédito de ter sido campeão mato-grossense pela primeira vez.
Mesmo não indo bem no primeiro semestre de 2010, Ary permaneceu no clube para desenvolver o projeto de conquistar vaga a Copa do Brasil de 2011 com o título de campeão da Copa Mato Grosso/2010. De lá para cá, ninguém segurou o time cuiabano que faturou o Estadual e o feito mais importante nesta retomada do clube: o acesso à Série C do Brasileirão deste ano.
Dos dez treinadores que vão comandar os times no Campeonato Mato-grossense deste ano, Ary Marques é o que mais tempo está no comando de uma mesma equipe. Em seguida aparece o ex-jogador Joel Preisner, do Rondonópolis Esporte Clube (REC). Ele comandou o time no Estadual do ano passado, mas o trabalho foi interrompido após o Estadual – o clube abriu mão de disputar a Copa Mato Grosso. Preisner retorna agora para dar continuidade ao seu trabalho visando levar o REC à fase semifinal do torneio regional.
Três técnicos estão retornando para clubes que já haviam trabalhados anteriormente. São os casos de Marcos Birigui, no União; Nei César César, no Vila Aurora, e Arildo Berdun, no Palmeiras do bairro do Porto.
Birigui e Berdun já possuem títulos estaduais e retornam para dar continuidade aos seus respectivos trabalhos. O primeiro levou o Colorado ao vice-campeonato estadual e Copinha, ambos em 2008. Já o segundo pretende repetir no “Periquito” o que fez na época do Mixto: dar visibilidade a um clube que há décadas não sabe o que é erguer uma taça de campeão do principal torneio do futebol mato-grossense. Arildo foi técnico do Palmeiras em 2007.
Já outros cinco “professores” estão debutando em seus respectivos clubes. Por exemplo, Éder Taques começa a desenvolver seu trabalho no Luverdense após ficar 2011 fora das quatro linhas. A missão é desenvolver uma boa campanha no Estadual para permanecer para a Série C, que é a grande prioridade do time de Lucas do Rio Verde nesta atual temporada.
Ex-auxiliar de Birigui, Eduardo Henrique assumiu o comando do Mixto no final do ano passado após a demissão de seu companheiro. Da nova safra de treinadores, Eduardo, que já foi preparador físico, é a grande aposta da diretoria alvinegra para levar o clube de volta ao cenário nacional.
Já o ex-jogador Capone, que já defendeu o Corinthians (SP), está de volta ao Sorriso para comandar a equipe no Estadual – o agora treinador chegou a defender o “Lobo” do Norte na época de quando ainda jogava como zagueiro.
O Barra do Garças vai apostar no trabalho do experiente Zé Roberto, que comandou o Vila Nova (GO) na Série B do Campeonato Brasileiro do ano passado. Já no Crac de Campo Verde, atual campeão da Segunda Divisão estadual, estreia Cleibson Ferreira, que pela primeira vez irá trabalhar em Mato Grosso.