O advogado do Sorriso Esporte Clube, Marcelo Moura, protocolou ontem à tarde na Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) o recurso que pede a revisão do resultado do julgamento que absolveu o Operário de perder seis pontos na tábua de classificação na primeira fase do Campeonato Mato-grossense. Mas desta vez a diretoria do clube recorre ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da CBF, última instância dos clubes na área desportiva.
O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), Ildo de Assis Macedo, informou que, além dos procedimentos normais, o Sorriso terá que fazer todos os recolhimentos de taxas para que os processos sejam encaminhados ao STJD.
Na última sexta-feira, o Pleno do TJD entendeu que a escalação do atacante Dhiogo, do Tricolor várzea-grandense, aconteceu por “falta de comunicação entre a secretaria do tribunal e a FMF”. Julgado pela expulsão contra o Cacerense, na segunda rodada da primeira fase, o atacante pegou dois jogos de suspensão, porém, só havia cumprido um e jogado contra o Luverdense, no dia 15 de março e mais duas partidas sob efeito suspensivo.
Rebaixado para a Segunda Divisão, o Sorriso está disposto a ir até o fim para se salvar no tapetão. Marcelo Moura adiantou que o presidente do clube, deputado estadual Mauro Savi (PPS),contratou o advogado Domingos Moro, de Curitiba, para representar o clube no Rio de Janeiro. Além disso, o Sorriso entrou com um mandado de garantia, pedindo o adiamento da estréia do Operário na Segunda Fase, até que se julgue o recurso no STJD. Quinta-feira, a equipe deve enfrentar o Grêmio Jaciarense, no Márcio Cassiano.
Enquanto aguarda o desfecho judicial, o técnico Leonir Krüger continua mantendo o elenco em atividade. A única baixa é o atacante Andrezinho, que deve jogar nos Estados Unidos. Krüger se diz confiante num resultado favorável.
“Longe de nós dispensarmos algum jogador antes do desfecho dos nossos recursos. Estamos treinando normalmente e esperamos entrar em campo o mais breve possível. É preciso que todo o elenco esteja em forma para continuar no Campeonato Mato-grossense deste ano”, frisou o treinador.
O advogado de defesa do operário, Leonardo Feuser, ressaltou que é normal quem perde, recorrer até a última instância. Ele creditou o sucesso no Pleno do TJD pela “inocência” do clube no caso Dhiogo, já que, prossegue o advogado, “ninguém sabia da suspensão do jogador.”
Nos últimos anos, o TJD tem evitado tomar decisões consideradas polêmicas. A mais recente foi absolver o União de Rondonópolis na invasão de torcedores e integrantes da comissão do clube no Luthero Lopes para agredir jogadores do Operário, pela fase semifinal do Campeonato Estadual do ano passado. O clube foi penalizado com várias sanções. Porém, o Colorado recorreu da decisão e se livrou quando o Pleno decidiu em apenas multá-lo e liberar o Luthero Lopes para os confrontos. O União era reincidente na falta de segurança do estádio. Em 2001 o Mixto foi prejudicado no gol de pênalti de Odil, anulado.