Em julgamento realizado nesta segunda-feira, no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), o atacante Emerson Sheik foi absolvido pelo protesto contra a CBF após ser expulso na partida contra o Bahia, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro. Entretanto, acabou pegando quatro partidas de suspensão pelo artigo 243-F (ofensa ao árbitro). O atacante também foi absolvido no artigo 254 (jogada violenta).
O relator do caso, Felipe Bevilacqua, fez questão de explicar que o "desabafo" de Emerson para as câmeras de TV não passou de um protesto, por isso aplicou apenas uma advertência. Entretanto, optou por suspendê-lo por quatro partidas por causa das palavras proferidas ao árbitro Igor Junio Benevenuto quando recebeu o cartão vermelho.
– Sobre a atitude do Emerson, me limitei a entender que aquilo era um protesto. Lógico que era um momento inadequado. Mas não se tratou de desrespeito. Ele tem direito de protestar. O local não é apropriado porque ele é um atleta profissional. E aquele momento ele exerce o ofício profissional. Não estou relacionando à CBF. Poderia ser contra qualquer outro. O segundo fator que destaquei foi a repercussão da mídia. Não foi pelo fato em si, contra a arbitragem, mas pelo personagem que o atleta é. Por esses fatores, deve ser apenado, mas é uma infração ínfima. Só que não podemos abrir o precedente para que outros atletas se valham desse mecanismo. Por isso, aplico advertência por causa do protesto – explicou o relator do caso, Felipe Bevilacqua.
Emerson, por sua vez, fez questão de se defender durante o depoimento e ressaltar que o atleta precisa participar deste tipo de discussão. Segundo o camisa 7 alvinegro, as palavras são de um descontentamento pessoal dele.
– Acho que todo mundo está muito insatisfeito com tudo o que está acontecendo. Em nenhum momento quis ofender a CBF. Espero que as pessoas não tenham entendido como uma ofensa à entidade. O atleta precisa participar disso, faz parte dessa discussão toda. Sinceramente, não tive a intenção de ser polêmico. É um descontentamento meu, pessoal – comentou o jogador, durante o depoimento.
Além disso, Sheik também fez questão de reclamar mais uma vez da atuação do árbitro Igor Junio Benevenuto, e garantiu que não falou que ele era um "bandido e safado", como foi citado na súmila da partida.
– Estava chateado, achei uma vergonha o que ele fez durante a partida. Nunca tinha visto esse árbitro. Achei o árbitro extremamente despreparado para o jogo. As imagens são bem claras. Levei uma falta e quando virei pedi cartão para o jogador que fez a falta. E ele deu cartão para mim. Isso é uma safadeza. Em nenhum momento me referi a ele diretamente. Não falei que ele era bandido, safado, como foi citado – complementou.
O Botafogo teve outros dois jogadores julgados nesta noite, também por incidentes na partida contra o Bahia. O meia Luis Ramírez, que ganhou cartão vermelho e foi julgado por jogada violenta, recebeu apenas uma advertência e está liberado para jogar. Já o lateral-esquerdo Julio Cesar pegou quatro jogos de suspensão pelo artigo 243-F (ofensa ao árbitro), mas já cumpriu um deles.